São Paulo A Polícia Federal prendeu ontem, durante a Operação Selo, cinco pessoas acusadas de fraudes na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Entre os presos está o líder do esquema, o empresário Artur Waschek, que foi preso no Distrito Federal. Os outros integrantes do grupo são dois empresários e dois servidores dos Correios.
A operação ocorreu no Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Pernambuco e cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisões temporárias, expedidos pela 10.ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.
Segundo a Polícia Federal, a ação foi uma continuação das investigações iniciadas com o escândalo que envolveu Maurício Marinho, ex-chefe de departamento dos Correios.
O escândalo veio à tona em maio de 2005, quando uma reportagem da revista Veja revelou trechos de uma fita de vídeo que mostrava Marinho descrevendo um esquema de fraude em licitações na estatal. Na fita, ele recebia R$ 3 mil de propina e afirmava que as negociatas se davam com o respaldo do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Acuado, Jefferson decidiu sair para o ataque contra o governo federal. Em entrevista, no início de junho do mesmo ano, denunciou um suposto esquema de pagamento de mesada a parlamentares da base aliada em troca de apoio político o mensalão.
A Polícia Federal afirmou que, o fato de o esquema infiltrado nos Correios ter sido desmantelado em 2005, durante o escândalo envolvendo Marinho, não impediu que os principais lobistas e articuladores do grupo continuassem a corromper servidores para vencer a concorrência.
A PF informou que várias licitações estão sob suspeita de terem sido fraudadas. Em apenas uma delas os Correios gastaram quase R$ 8 milhões para comprar cofres fora dos padrões de segurança exigidos.
Cerca de 120 policiais federais participaram da operação de ontem.
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