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Oito pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira (13) em uma operação da Polícia Federal (PF) no Rio. Segundo o delegado Ângelo Gioia, são cumpridos 12 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão , expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

O delegado informou ainda que entre os presos há doleiros, empresários e funcionários públicos. A PF investiga um esquema de fraude em licitações de prestação de serviço e venda de medicamentos e material hospitalar a hospitais federais, estaduais e municipais no Rio de Janeiro.

O esquema foi descoberto durante a investigação da Operação Roupa Suja, ocorrida em agosto de 2005, que desarticulou duas quadrilhas que fraudavam licitações do Ministério da Saúde e laboratórios públicos, inclusive na compra de insumos para produção de retrovirais no combate ao vírus HIV.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça e pediu a prisão preventiva da quadrilha, que cometia crimes contra o sistema financeiro no Rio de Janeiro.

A denúncia, feita contra 21 integrantes da quadrilha, foi recebida pela 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro no último dia 29, dando início ao processo penal. Mas, segundo o MPF, nem todos tiveram mandados de prisão expedidos. Eles vão responder pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. As penas variam de acordo com o número de vezes em que cada crime foi cometido.

Segundo o MPF, a ocultação e lavagem de patrimônio ilícito teriam alcançado dezenas de milhões de dólares, podendo ser produto de vários outros crimes altamente rentáveis como na hipótese em que boa parte dos recursos proveio de ganhos com fraudes em licitação apuradas em 2005. Toda a engenharia financeira destinada a esconder esse patrimônio das autoridades foi concebida e executada por escritórios de doleiros, com o uso de contas na Suíça e nos EUA, abastecidas por operações de câmbio levadas a efeito pelo esquema dólar-cabo e de empresas offshore e laranjas.

Entre os 21 réus do novo processo, estão doleiros já investigados em outras oportunidades, como no chamado "escândalo dos precatórios" no caso "Banestado". O MPF informou que no relatório da CPI do Banestado, consta que um doleiro financiou a abertura da empresa que mantinha e administrava diversas contas pertencentes a doleiros brasileiros, no banco Chase Manhattan, nos Estados Unidos. Essa corporação teve suas atividades encerradas naquele país por envolvimento com lavagem de dinheiro e foi, no Brasil, objeto da intitulada "Operação Farol da Colina".

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