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Curitiba

PF vai ouvir funcionários do hospital sobre fuga de uruguaios

Policiais vão averiguar se houve ou não facilitação na fuga dos uruguaios Isidoro Rozenblum Trosman, 65 anos, e do filho Rolando Rozenblum Elpern

A Polícia Federal (PF) vai ouvir dois médicos, o chefe de segurança, uma enfermeira e uma zeladora do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, para averiguar se houve ou não facilitação na fuga dos uruguaios Isidoro Rozenblum Trosman, 65 anos, e de Rolando Rozenblum Elpern, seu filho. Nesta quarta-feira (5), os dois policiais militares que faziam a escolta dos presos foram ouvidos pela PF e disseram que não sabem como pai e filho fugiram.

Os foragidos são condenados pela Justiça Federal no Paraná por corrupção ativa e evasão de divisas, respondendo ainda a ação penal por importação subfaturada, além de serem investigados por outros crimes. Eles foram presos na "Operação Pôr-do-Sol", deflagrada em junho de 2006, em Curitiba, pela PF.

Pai e filho deveriam estar na penitenciária, mas se tratavam no hospital por problemas pós-operatório de cirurgias bariátricas (redução de estômago), com escolta da Polícia Militar. Mesmo assim, eles desapareceram na madrugada da última segunda-feira (2), nas barbas da PM e dos funcionários do hospital.

Recaptura remota

A hipótese de prendê-los no país é remota. O mais provável é que estejam no exterior, mais provavelmente no Uruguai, onde a chance de trazê-los de volta é ainda mais remota, uma vez que o Brasil não extradita brasileiros, e assim o Uruguai também não teria a obrigação. Mesmo com a hipótese de estarem no Uruguai, a PF incluiu o nome dos foragidos no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos, que atende todo o território brasileiro - incluindo portos e aeroportos. Além disso, agentes da PF já percorreram todos os endereços comerciais e residenciais. Durante a operação foram levantados endereços em Curitiba, São Paulo e Manaus.

Segundo o delegado federal Wagner Mesquita de Oliveira, o estranho é que eles sumiram de madrugada, e o hospital só sentiu a falta no início da tarde. "É impossível isso ocorrer por causa da medicação e dos outros cuidados necessários", afirmou. Ele informou que outro fato intrigante é que a medicação foi adiantada, das 6 horas para a meia-noite, o que teria facilitado a fuga.

A polícia trabalha com as hipóteses de negligência ou facilitação intencional de fuga pela escolta, a cargo da PM, pelo médico e pelo próprio hospital. Para tentar esclarecer o mistério, dois policiais militares foram presos, as imagens internas do hospital estão sendo periciadas e os suspeitos de facilitar a fuga estão sendo ouvidos.

O Hospital Santa Cruz informou que não tem nada a declarar sobre o fato, porque os presos estavam sob custódia da Polícia Militar. No entanto, um funcionário que pediu para não ser identificado confirmou que a medicação foi adiantada porque os pacientes alegaram que estavam cansados - uma vez que deveriam acordar às 6h para tomar o medicamento. O funcionário não soube informar de quem partiu a ordem.

Sobre o cotidiano dos pacientes, o funcionário disse que eles tinham tratamento diferenciado no hospital e que circulavam livremente no andar do quarto onde estavam. "Eles eram vistos andando sem a escolta dos PMs", disse.

A fuga repentina pode ser porque os empresários estavam novamente a caminho da penitenciária, tão logo terminassem o tratamento médico. Isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) havia cancelado a prisão domiciliar do pai e do filho.

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