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Passageiros realizam check-in no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro: Airbus com 228 pessoas a bordo sumiu dos radares sobre o Atlântico | Sergio Moraes / Reuters
Passageiros realizam check-in no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro: Airbus com 228 pessoas a bordo sumiu dos radares sobre o Atlântico| Foto: Sergio Moraes / Reuters

Confira como foi o desaparecimento da aeronave

Comitiva italiana que veio ao Brasil para visitar Piraquara estava no voo

Três passageiros que estavam no voo 447 da Air France, que desapareceu na costa brasileira nesta segunda-feira (1º), eram italianos que estiveram em uma missão oficial na cidade de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, durante a última semana.

De acordo com Ivanor Minatti, presidente da organização não-governamental Circolo Trentino di Curitiba, a delegação, composta pelo diretor-geral da Trentini Nel Mondo, Rino Zandonai, pelo deputado Giovanni Lenzi e pelo prefeito da cidade de Canal San Bovo, Luigi Zortea, embarcou às 16h05 do domingo (31) no Aeroporto de Florianópolis (SC) em uma aeronave da TAM com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, onde fez conexão com o voo 447, às 19 horas.

O grupo chegou a Curitiba no dia 23 e foi recebido pelo governador em exercício Orlando Pessutti, pelo prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, e pelo presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Stênio Jacob, além de representantes da Circolo Trentino di Curitiba, entidade que busca estreitar os laços entre a comunidade brasileira de descendentes da região de Trento, na Itália, com o país de origem.

Durante a visita, o grupo vistoriou as obras da Cooperativa Trento Transforma, que está sendo construída pela Sanepar em Piraquara, como medida compensatória pela construção da uma barragem. A delegação assinou ainda um acordo de irmandade entre oito municípios da região trentina com a cidade de Piraquara. Na tarde do último domingo, embarcou no voo que os levaria para Paris, na França.

O presidente da Circolo Trentino di Curitiba, que acompanhou os italianos durante toda a viagem oficial, conta que ainda conversou com o grupo pouco antes do embarque no Rio de Janeiro. "Deixei-os no Aeroporto de Florianópolis e depois liguei para eles para confirmar se não havia nenhum atraso", lembra Minatti. "Eles estavam muito felizes com o acordo assinado em Piraquara", conta. Nesta segunda-feira, Minatti deve embarcar para a Itália para prestar condolências às autoridades do país.

O prefeito de Piraquara decretou luto oficial de três dias por conta da morte dos trentinos. Na próxima sexta-feira (5), às 19h30, será realizada uma celebração na Igreja Nossa Senhora da Assunção, na Colônia Santa Maria do Novo Tirol, em Piraquara, em memória aos italianos.

O voo 447

O avião, modelo A330-200 da Air France, decolou na noite de domingo (31) do Rio de Janeiro e desapareceu, segundo informações da Força Aérea Brasileira (FAB), a cerca de 308 quilômetros da costa brasileira, entre Recife e Fernando de Noronha, no Nordeste.

Segundo informações da Air France, 228 pessoas, sendo 216 passageiros e 12 tripulantes estariam na aeronave que deveria ter pousado em Paris, na França, às 6h15 (horário de Brasília).

  • Painel do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, aponta o voo AF 447 como atrasado

O vice-chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica brasileira, Jorge Amaral, confirmou no início da noite desta segunda-feira (1º) que um piloto de um voo comercial reportou ter visto "pontos laranjas" no meio do Oceano Atlântico cerca de 30 minutos após o Airbus da Air France ter emitido um informe de pane elétrica, às 23h14 de domingo. O voo AF 447, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris levando 228 pessoas a bordo, desapareceu após a pane, quando sobrevoava o oceano.

Segundo a Aeronáutica, pelo tempo decorrido, os pontos luminosos estariam em área monitorada pelo espaço aéreo senegalês. Os aviões franceses que fazem a busca do lado aéreo do Senegal, no entanto, não tiveram sucesso nas buscas e já teriam retornado à base.

À tarde, em encontro com familiares de passageiros que estavam no voo, o presidente da República em exercício, José Alencar, também falou que um piloto teria comunicado ter visto fogo em uma região do Oceano Atlântico.

A Força Aérea Brasileira (FAB) mobilizou cinco aviões e dois helicópteros para o arquipélago de Fernando de Noronha com intuito de ajudar nas buscas pelo avião da Air France que desapareceu com 228 pessoas a bordo.

As operações prosseguirão durante a noite nesta segunda-feira (1º). Já a Marinha informou que três navios de sua frota chegarão à região às 7h da manhã de quarta-feira.

"Temos que trabalhar com a possibilidade de sobreviventes sempre. Não podemos desistir de encontrar qualquer pessoa que seja, que pode estar agarrada a alguma coisa, por exemplo", disse Amaral.

Brasileiros e franceses formavam a maioria dos passageiros. O voo AF 447 seguia para Paris e, aproximadamente às 23h do domingo (31), sumiu dos radares dos controles aéreos quando sobrevoava o Oceano Atlântico e atravessou uma área de turbulência.

Entre os ocupantes do avião - 216 passageiros e 12 tripulantes, segundo a Air France - há um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens.

Segundo o site da companhia, estavam a bordo 58 passageiros brasileiros e 61 franceses, além de 26 alemães, 2 norte-americanos, 1 sul-africano, 1 argentino, 1 austríaco, 1 belga, 58 brasileiros, 5 ingleses, 1 canadense, 9 chineses, 1 croata, 2 espanhóis, 4 húngaros, 3 irlandeses, 1 islandês, 9 italianos, 5 libaneses, 2 marroquinos, 1 filipino, 2 poloneses, 1 romeno, 1 russo, 3 eslovacos, 1 dinamarquês, 1 estoniano, 1 gambiano, 1 sueco, 6 suíços, 1 holandês, 3 noruegueses e 1 turco.

A Polícia Federal do Brasil, por sua vez, contabilizou 57 brasileiros a bordo - 56 passageiros e um tripulante, segundo a Anac. Inicialmente, haviam sido registradas 52. A nota da Anac informa que havia alguns passageiros com dupla nacionalidade.

O voo AF 447, que levava 216 passageiros e 12 tripulantes, segundo a empresa, deveria ter pousado às 6h10 (horário de Brasília) no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

A companhia disse que a aeronave estava em uso desde 2005, tinha 18.870 horas de voo e passou por manutenção técnica pela última vez em 16 de abril.

A companhia Air France informou que o avião mandou uma mensagem automática às 2h14 GMT desta segunda-feira (23h14 de domingo em Brasília) avisando sobre uma pane elétrica.

O aviso teria sido mandado depois que o avião comercial, um Airbus 330-200, atravessou uma área de tempestade, em que enfrentou forte turbulência.

O comandante do avião, segundo a Air France, tinha 11 mil horas de voo. Os copilotos tinham 3 mil e 6,6 mil.

A Air France colocou à disposição de familiares um telefone que centraliza informações sobre o acidente: 0800 881 2020 para o Brasil, 0800 800 812 para a França, e + 33 1 57 02 10 55 para outros países.

A Air France repassou ao Bureau de Investigação e Análises para a Segurança de Aviação civil, organismo responsável na França pelas investigações técnicas sobre acidentes e incidentes da aviação civil, e para a Airbus, fabricante do avião, as informações que tem em seu poder sobre o desaparecimento.

O voo, que começou o procedimento de voo às 19h03 do domingo e decolou às 19h30, segundo a Aeronáutica, fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III) a 565 km de Natal, informando que entraria no espaço aéreo de Dacar, no Senegal, às 23h20 de Brasília, segundo a Aeronáutica.

Às 22h48 (horário de Brasília), quando a aeronave saiu da cobertura do Cindacta, as informações indicavam que a aeronave voava normalmente a 11 quilômetros de altitude e a uma velocidade de 840 quilômetros por hora.

Os controles aéreos civis brasileiro, africano, espanhol e francês tentaram estabelecer contato com o voo, mas não obtiveram sucesso.

Segundo Carlos Camacho, diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o avião pode estar fora do perímetro brasileiro. "Se o piloto estava seguindo para Paris, a 800 km/h, ele estaria perto de pousar, cerca de quatro horas do procedimento de pouso. É muito provável que ele esteja no perímetro dos continentes europeu e africano."

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