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Cuiabá – Os pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino serão ouvidos novamente em inquérito aberto na Polícia Civil de Mato Grosso, que apura as responsabilidades do maior acidente aéreo do país, ocorrido dia 29. A data dos depoimentos ainda não foi marcada.

O delegado Luciano Inácio da Silva, que conduz as investigações, quer esclarecer as contradições dos depoimentos de Lepore e Paladino sobre o plano de vôo do jato da Embraer que se chocou com o Boeing da Gol e o que eles disseram à Polícia Civil dia 30, em Cuiabá.

Os controladores de vôo de Brasília e Manaus também serão ouvidos nos próximos dias, em Cuiabá. Dez pessoas já foram ouvidas. Até o fim do mês, o inquérito será concluído. O delegado aguarda o resultado das caixas-pretas do Legacy enviadas para análise no Canadá para cruzar as informações dos controladores com as da tripulação do Legacy para saber o que realmente aconteceu na hora do acidente.

Em inquérito paralelo, o delegado Renato Sayão, da Polícia Federal, tomará, em data ainda não marcada, os mesmos depoimentos e análise de documentos.

Lepore disse que a comunicação via rádio e o sistema anti-colisão do jato executivo da Embraer não funcionaram. Este seria o motivo pelo qual não teria visto a aproximação do Boeing da Gol. Já Paladino afirmou que o equipamento "parecia" estar funcionando. Ele disse ainda que sentiu o impacto e que uma onda de choque se espalhou pelo Legacy após a colisão entre os dois aviões. Tanto a Polícia Civil como a Federal já estão convencidas de que o plano de vôo feito pela Embraer e aprovado pelo controle do espaço aéreo brasileiro contradiz o que os pilotos do Legacy afirmaram no único depoimento prestado até agora. As investigações apontam para falha dos pilotos, o que provocou a morte de 154 pessoas.

A operação de resgate das vítimas do acidente encontrou ontem mais três corpos. Com isso, ainda faltam nove vítimas a serem localizadas entre os destroços da aeronave. Na segunda, a Aeronáutica chegou a divulgar que faltavam 11 corpos, mas o número foi corrigido ontem. Além de localizar os últimos corpos, a equipe de resgate tenta localizar o cilindro da caixa-preta que contém os últimos registros de bordo da tripulação. O equipamento é considerado essencial para esclarecer as causas do acidente.

"É um material pequeno. A Força Aérea já orientou o meu pessoal e vamos tentar localizar pela cor, laranja. O cilindro é do tamanho de uma garrafinha de refrigerante de 600 ml mais ou menos", revelou o Major Mário Brailer, comandante da operação do Exército no local do acidente.

Ontem, o Instituto Médico-Legal (IML) de Brasília fez o reconhecimento de mais 23 corpos de vítimas do acidente aéreo, elevando para 113 o número total de identificados, 3 deles por meio de exame de DNA.

Destes, 75 já foram retirados pelos parentes. Os novos corpos serão levados para o IML para serem identificados.

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