O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves se entregou na noite desta terça-feira (24) para policiais civis da Divisão de Capturas. Investigadores e os delegados Pablo Baccin e Waldomiro Pompiani Milanes foram recebidos pelo condenado por volta das 19h30. Ao abrir a porta de sua casa, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul de São Paulo, Pimenta Neves sorriu e cumprimentou os policiais.
Meia hora depois, ele entrou em um carro da polícia. O delegado-assistente Pablo Baccin contou que não pôde invadir a residência por causa do horário em que chegou à residência. "Não posso entrar na casa dele à noite. Só se fosse caso de flagrante", afirmou.
O advogado Itagiba Francês, um dos defensores de Pimenta Neves, disse que em nenhum momento seu cliente pensou em fugir. "Ele está ciente. Esperava isso há muito tempo. Não tem esse negócio de fugir."
De acordo com o advogado, o jornalista de 74 anos "está bem, mas debilitado". "Ele está magoado, triste. É um momento de tristeza." Francês informou que Pimenta Neves mora sozinho e toma remédio para problemas de saúde, como hipertensão.
STF
Horas antes, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade dos cinco ministros que a integram, o último recurso pendente de Pimenta Neves, condenado em 2006 pela morte da ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide. O relator do caso, ministro Celso de Mello, determinou ao juiz da Comarca de Ibiúna (SP) o cumprimento da pena de 15 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado.
De acordo com o ministro relator, não há mais possibilidade de se recorrer da decisão. "É um fato que se arrasta desde 2000 e é chegado o momento de se por termo a este longo itinerário já percorrido. Realmente esgotaram-se todos os meios recursais, num primeiro momento, perante o Tribunal de Justiça de São Paulo; posteriormente, em diversos instantes, perante o Superior Tribunal de Justiça, e também perante esta Corte", afirmou Mello durante o julgamento.
A assessoria do gabinete do presidente da Segunda Turma, ministro Gilmar Mendes, informou que será enviado ainda nesta terça um comunicado às instâncias inferiores da Justiça para que seja cumprida a decisão do STF.
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