O trabalho de limpeza realizado pelos formigas nos acostamentos da BR-277, da região da costeira e do Porto de Paranaguá poderia ser considerado de utilidade pública, afirma o delegado operacional da 1ª Subdivisão da Polícia Civil em Paranaguá, José Antônio Zuba. "Eles fazem um trabalho para Paranaguá e não cobram nada. Devem ser reconhecidos, pois se não fosse por eles, a cidade estaria uma sujeira", diz.
Apesar de reconhecer toda importância do trabalho nas ruas e acostamentos, o delegado lembra que nem toda limpeza é feita de forma honesta. "Em algumas ocasiões, o trabalho dos formigas é denegrido pela ação da concorrência. Quase todos os dias em que não chove, algum caminhoneiro sofre com a ação dos bandidos", explica.
De acordo com Wilmar José da Silva, de 30 anos, desde os 12 no ofício, quem pratica os furtos são os piratas, não os formigas. "Existem uns caras que vêm até aqui e roubam os grãos. Eles abrem a torneira da carroceria enquanto o motorista está disperso e depois somem, infelizmente. Por isso somos muito discriminados. Nós não roubamos ninguém". Para os caminhoneiros, a ação dos piratas reforça o temor dos formigas. "Nunca sabemos qual deles é bonzinho e qual é o malvado", diz Lauro Bessa, de 49 anos, caminhoneiro há 15.
Bessa conta que já teve o caminhão saqueado diversas vezes, mas afirma que em algumas situações a atitude foi completamente desleal. "Nos dão prejuízos enormes quando roubam os caminhões. Coisa de mais de R$ 1.000, pois alguns não contentes com o que cai da torneira, abrem o tombador da carroceria. Com isso, se o caminhão está carregado, cai uma quantidade absurda de grãos. Se está vazio e não percebemos a ação dos vândalos, tomamos multas da polícia pelo tombador caído. Eu mesmo tomei umas quatro", lamenta.



