
Foz do Iguaçu - O número de mortes no trecho de pista simples da BR-277, entre Medianeira e Santa Tereza do Oeste, no Oeste do estado, já é quase quatro vezes maior neste ano do que no trajeto de pista duplicada, entre Foz do Iguaçu e Medianeira. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), desde janeiro morreram 30 pessoas na pista simples de 70 quilômetros, ou seja, um índice de 0,42 mortes a cada quilômetro. No outro trecho, de 57 quilômetros, sete pessoas perderam a vida 0,12 mortes por quilômetro.
Inconformada com a pista simples em uma rodovia que é considerada um corredor turístico e de escoamento de grãos, a sociedade civil se organizou e lançou ontem, na Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), a campanha "Não Complica! Duplica!" O objetivo é sensibilizar a população e o governo do estado e pedir a duplicação do trecho de 70 quilômetros de pista simples. A iniciativa surgiu a partir do projeto Atitude Foz, da RPCTV Cataratas, realizado em parceria com o Instituto Ethos de Pesquisa Aplicada. Por meio do projeto, a população local escolheu a duplicação da BR-277 como tema prioritário para o desenvolvimento da região.
Para o presidente da Coordenadoria de Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar), Khaled Nakka, apesar de existir uma intenção do governo do estado e da Ecocataratas, concessionária de pedágio do trecho, de duplicar inicialmente um trajeto entre Medianeira e Matelândia, ainda é preciso mobilização. "Nós não queremos esta duplicação a qualquer preço. Queremos sim que ela aconteça, mas também queremos saber como vai acontecer, como vai ser paga", diz Nakka. Na primeira fase da campanha serão veiculados anúncios e mensagens sobre o tema em jornais, sites e emissoras de rádio e televisão. No ano passado, o comitê pró-duplicação fixou 19 outdoors ao longo da BR-277 para pedir a duplicação.
Projeto
A Ecocataratas informou ontem, por meio de nota, que concluiu e apresentou em maio ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) a primeira etapa do projeto de duplicação, entre Medianeira e Matelândia. O projeto completo, segundo a assessoria da empresa, será apresentado até o fim deste mês.
A concessionária sustenta que está disposta a fazer a duplicação, "mas depende de uma negociação com o governo do Paraná para que a obra volte ao contrato de concessão". Segundo a empresa, até o momento a negociação ocorre apenas em uma esfera técnica. Funcionários e técnicos da concessionária e do DER estudam os possíveis impactos que a obra teria no contrato.
Acidentes
O inspetor-chefe da PRF em Foz do Iguaçu, Ricardo Schneider, diz que o número de acidentes registrados na pista duplicada da BR-277 é maior em relação à pista simples (ver infográfico) porque geralmente ocorrem em perímetros urbanos, onde há mais fluxo de veículos. Apesar de a incidência ser maior, esses acidentes são menos graves se comparados aos registrados na pista simples, onde ocorrem com mais freqüência colisões frontais causadas por ultrapassagens indevidas. Na pista dupla são comuns colisões traseiras, transversais e atropelamentos. "O principal problema é que os condutores não respeitam a sinalização", diz Schneider.




