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A Polícia Militar encontrou ontem um artefato explosivo em um hotel da Rua São Francisco, no centro de Curitiba. O material, capaz de derrubar uma parede de concreto, foi encontrado por acaso enquanto os policiais atendiam a uma ocorrência de furto registrada por um hóspede. Em um dos quartos do segundo andar do Hotel Palácio, Edimílson Alves da Silva Júnior, 29 anos, tentava esconder uma banana de dinamite artesanal, conhecida como "lama explosiva". Ele foi preso junto com uma garota de programa que o acompanhava.

De acordo com o tenente da PM Antônio Cláudio Cruz, que atendeu a ocorrência, esse tipo de artefato é usado em pedreiras para triturar rochas. Nas mãos de bandidos, serve para arrombar caixas eletrônicos de banco ou derrubar paredes de delegacias para libertar presos. O material explosivo, feito à base de nitrocelulose concentrada, estava condicionado em um tubo cilíndrico de plástico flexível com 25 centímetros. Da forma como foi encontrado, não oferecia risco de explosão já que seria necessária uma espoleta para acioná-lo.

A polícia chegou ao explosivo devido à queixa de um hóspede, que acusava uma garota de programa pelo furto de R$ 240. Esta foi a deixa para os policiais fazerem um pente-fino no hotel, freqüentado por prostitutas, traficantes e usuários de drogas. Trinta pessoas foram revistadas, mas só a dinamite foi encontrada. Segundo o aspirante Maykon Cunha, comandante da operação, uma câmera instalada na sacada do hotel monitora a chegada da polícia. Bastou um aviso para que as drogas começassem a ser despejadas nas descargas dos banheiros.

O aspirante ainda ouvia os barulhos de descarga quando subia as escadas para o segundo andar. No quarto de Edimílson não havia banheiro e ele não teve como se desfazer do embrulho. Foi pego em flagrante e, se condenado, sua pena pode variar de 3 a 6 anos de reclusão. Aos policiais, Edimílson alegou que um conhecido havia lhe pedido para guardar o material. Segundo a polícia, a garota de programa que o acompanhava não ficaria presa, mas seria arrolada como testemunha.

A movimentação policial alterou a rotina nessa área da região central de Curitiba, atraindo a atenção de algumas dezenas de curiosos na esquina das ruas São Francisco e Riachuelo. Tradicional ponto de prostituição e tráfico de drogas, a região vive durante o dia uma rotina aparentemente normal nos vários comércios de artigos populares. Ao cair da noite, as ruas são tomadas por traficantes, usuários de drogas e prostitutas.

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