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A Polícia Militar considera ilegal a ação dos policiais que detiveram, sem mandado, três suspeitos de envolvimento num latrocínio que vitimou o pai desses PMs. A ação aconteceu na madrugada desta quarta-feira (15), em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). De acordo com o tenente-coronel Maurício Tortato, responsável pela PM na RMC, a ação dos PMs, embora "justificável num plano humano", é inadequada tecnicamente e não pode ser respaldada pela polícia.

Os dois irmãos policiais envolvidos – um sargento da reserva e um cabo ativo em Curitiba – devem responder a inquérito das polícias Civil e Militar por abuso de poder e lesão corporal. A PM afirma que os três suspeitos detidos confessaram participação no latrocínio. O tenente-coronel Tortato afirma que a confissão é válida, já que não foi feita para os policiais que efetuaram a detenção irregular, mas sim registrada em delegacia.

De acordo com a PM, os dois policiais, com o apoio de outro irmão que não é policial foram a Rio Branco do Sul procurar pelos suspeitos do assassinato de seu pai. A "dica" da localização foi dada por dois outros homens, já presos pelo envolvimento no latrocínio. De acordo com a PM, a "grande emoção" de ter visto o pai agonizando, aliada à demora judicial para deter os suspeitos, motivou a "ação extremada". O pai dos policiais, Afonso Schneider, foi baleado em 6 de julho, morrendo 17 dias depois.

Na ação dos PMs, que envolveu um carro particular, os suspeitos Cleiton Valmor de França, 19, Diego Danilo Pasque, 20, e Jaquierison Pasque das Neves, 23, foram retirados de suas casas na madrugada. Familiares dos suspeitos que estavam em suas residências sofreram agressões físicas. Segundo o tenente-coronel Tortato, emboras as agressões sejam condenáveis, podem ser entendidas como reação física quando esses familiares "intervieram a favor dos entes queridos" que estavam sendo detidos. Um quarto suspeito que estava sendo buscado, conhecido apenas por Adilson, conseguiu fugir. Na detenção, foram apreendidos um facão (de provável relação com o latrocínio de julho), um revólver e uma pistola.

Os três suspeitos foram levados para a cidade de Castro, mas o delegado da cidade não quis prendê-los, dizendo que, como o flagrante havia sido efetuado em Rio Branco do Sul, é lá que deveriam ser detidos. Uma vez transferidos, confessaram participação no latrocínio de julho, foram presos e respondem por porte ilegal de arma e formação de quadrilha, de acordo com a PM.

O trabalhador rural Joaquim Pasque das Neves, 56, pai do detido Jaquierison, nega que havia apenas três homens na invasão de sua casa. "Foram arrebentando a minha porta às duas da manhã, me bateram, me algemaram, ameaçaram criança de três anos, eram uns dez homens. Não entendo", diz.

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