Após três meses de apuração, a Polícia Militar de São Paulo concluiu que houve "infração disciplinar" na conduta dos policiais envolvidos na operação de resgate que terminou com a morte de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, em outubro de 2008. A versão preliminar do Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado à época foi entregue na sexta-feira à tarde ao Ministério Público Estadual (MPE).
O promotor José Roberto Jauhar Julião, designado pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado para acompanhar o caso, tem agora duas alternativas: arquivar o IPM ou enquadrar os policiais em crimes previstos no Código Penal Militar e denunciá-los à Justiça Militar. O promotor diz que só decidirá o que fazer depois que todas as perícias forem anexadas ao IPM, o que deve levar alguns dias.
Mantida em cárcere privado pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, por mais de 100 horas, Eloá foi morta em meio a invasão do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) ao apartamento em Santo André, na Grande São Paulo. A amiga dela Nayara Rodrigues da Silva, de 15, que havia sido libertada dias antes e acabou retornando ao cativeiro a pedido dos PMs, foi baleada na boca, mas sobreviveu. Em depoimento, a adolescente afirmou que Lindemberg só efetuou os disparos contra ela e a amiga após perceber a movimentação do Gate.
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