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As marcas de tiros em uma árvore na esquina das ruas José Loureiro e Desembargador Westphalen, no centro de Curitiba, indicam o palco onde um policial militar foi morto e outros dois ficaram feridos na madrugada de domingo passado. O que os buracos não contam é quem teria dado os disparos – um mistério ainda em investigação. Entretanto, indícios e testemunhas levantam a suspeita de que o crime pode ter ocorrido a partir de um desentendimento entre policiais.

O policial militar Alexandre Magnus Leal da Silva, 29 anos, foi morto com dois tiros – um nas costas e outro no peito – por volta das 4 horas de domingo, nas proximidades do Bali-Bar. Segundo informações da Polícia Militar (PM), o soldado Silva e os outros dois policiais teriam sido chamados para atender uma ocorrência. Contudo, a irmã do policial morto contou no domingo que o irmão não estava em serviço no momento do crime. A afirmação foi reiterada por uma testemunha encontrada ontem pela Gazeta do Povo. "Ele estava no bar. Sempre encontrava com ele lá", afirma um frequentador do Bali-Bar que pediu anonimato.

De acordo com a testemunha, o bar costuma ser bastante frequentado por policiais e naquela madrugada houve uma briga. "Os que estavam brigando foram tirados do bar e depois foram brigar com os seguranças na rua. Ele [Silva] desceu para parar a briga", conta. "Ele só andava armado lá dentro", acrescenta. Silva teria algum vínculo com o estabelecimento como "gerente" ou "segurança"; informação negada pela família do policial.

A partir do desentendimento começaram os disparos. Outra testemunha relatou que os tiros vinham de "todos os lados" e que teria ouvido rumores de que um policial teria matado outro. Não se sabe quem teria começado a atirar. "Sempre dá briga ali. Até evito passar por aqui à noite", conta um comerciante da região.

Através apenas de uma nota oficial divulgada ontem, a PM informou que um Inquérito Po­­­licial-Militar (IPM) foi instaurado para apurar o caso devido o fato de envolver policiais militares e armas da corporação. "Se no curso das investigações algum resíduo de ordem administrativa aparecer, as medidas disciplinares cabíveis serão adotadas", diz a nota. A identidade dos policiais baleados não foi divulgada pela PM. Eles deverão prestar serviços administrativos no decorrer das investigações, que podem durar até 60 dias úteis.

Além do IPM, uma investigação paralela foi iniciada pela Delegacia de Homicídios. "Ne­­nhum dos policiais estava em serviço. É um crime comum", explica o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, que deve conduzir o caso. Policiais civis já começaram a ouvir testemunhas e aguardam a liberação das armas recolhidas pela PM no local do crime para dar continuidade aos trabalhos. A PM e a Delegacia de Homicídios não deram detalhes sobre a investigação. As equipes ainda trabalham com todas as hipóteses e suspeitas para o crime.

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