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Apesar de acordo, policiais militares do Espírito Santo decidiram manter as paralisações | Tânia Rêgo/Agência Brasil/
Apesar de acordo, policiais militares do Espírito Santo decidiram manter as paralisações| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou neste sábado (11), em Vila Velha, que as tropas federais ficarão no Espírito Santo pelo tempo que for necessário, até que o policiamento volte a ser restabelecido. Os policiais militares do estado estão parados nos quartéis por uma reivindicação de melhores salários desde o sábado passado e o número de morto chegou a 137 em oito dias de motim. Parte dos policiais voltou a fazer patrulhamento ostensivo nas ruas da Grande Vitória no fim da tarde deste sábado, mas o número ainda é incerto.

Número de mortos chega a 137 em oito dias de motim

“A determinação do presidente da República é envolver todos os recursos necessários, pelo tempo que for necessário”, disse Jungmann, em pronunciamento no 18.º Batalhão de Infantaria, em Vilha Velha, região metropolitana de Vitória.

Governo federal monitora todos os estados para evitar motins

“Quanto à PM, é um tema que cabe ao governo do estado, a quem vamos apoiar em todas as decisões que tomar. As reivindicações são justas, sabemos todos, mas o limite da legitimidade da reivindicação é a proteção e a vida da sociedade. Isso é inaceitável. Aqueles que são bons policiais, devem honrar seu juramento. Fazemos um apelo aos bons policiais que honrem suas fardas e seus juramentos e venham às ruas”, afirmou Jungmann.

Base do governo Temer vetará anistia a policiais do Espírito Santo

Corregedoria da Polícia Militar do estado já indiciou 703 praças pelo crime de revolta

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Greve mantida

Com a decisão dos PMs do Espírito Santo de rejeitar o acordo com o governo do estado e manter a greve, a Corregedoria da Polícia Militar decidiu retomar os indiciamentos de praças e oficiais que participam do movimento pelo crime de revolta armada, que prevê pena de 8 a 20 anos de prisão.

O acordo assinado entre o governo do Espírito Santo e entidades de classe de policiais, na noite de sexta-feira (10), não obteve adesão de parte dos policiais na manhã deste sábado. Muitos seguem dentro dos quartéis e mantêm a paralisação iniciada há uma semana, no sábado passado, enquanto as mulheres e familiares completam o movimento ocupando as entradas dos batalhões.

Outra parte, um número ainda incerto, voltou a fazer policiamento ostensivo nas ruas da Grande Vitória no final da tarde deste sábado (11). Todos os PMs receberam convocação do comando geral da Polícia Militar para se apresentarem às 16h em três pontos da cidade.

Quem estava fardado, pode fazer o policiamento imediatamente. Mas pelos menos 50 policiais à paisana reunidos na Praça Oito, no centro da capital, aguardam ordens do comando, já que não possuem fardamento e não podem fazer policiamento sem o uniforme.

Os policiais que estão fardados tinham os uniformes em casa. Os PMs não conseguem sair fardados dos quartéis, cujas entradas estão bloqueadas há oito dias por mulheres de policiais militares.

Número de mortos chega a 137 em oito dias de motim

Estadão Conteúdo Web

O número de pessoas assassinadas no Espírito Santo subiu para 137 neste sábado (11), dia seguinte do anúncio feito pelo governo do Estado de um acordo com associações da Polícia Militar. O total de homicídios em oito dias de motim já superou o registrado durante todo o mês de fevereiro do ano passado (122). Os dados são do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol/ES).

As mulheres dos policiais militares seguem acampadas em frente ao Quartel Central da corporação em Vitória, impedindo a saída dos PMs. O acordo previa que os PMs voltariam ao trabalho às 7h deste sábado, mas o grupo de mulheres permanece diante do portão do batalhão impedindo a saída dos policiais.

Na noite de sexta-feira (10), presidentes da Associação de Cabos e Soldados (ACS), da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM e Bombeiro Militar (Asses), do Clube dos Oficiais e Associação dos Bombeiros Militares (ABM) assinaram documento que previa o fim do movimento a partir das 7h deste sábado.

Governo federal monitora todos os estados para evitar motins

O governo federal afirmou que está monitorando a movimentação em todos os Estados para evitar possíveis motins de policiais militares como o que levou o caos ao Espírito Santo. O foco de maior atenção é o Rio de Janeiro, onde 29 unidades da PM registram manifestações neste sábado (11).

“Estamos acompanhando mais de perto o Rio de Janeiro. Agora mesmo [meio da tarde de sábado] eu recebi a informação de que 97% do efetivo está na rua. Então o Rio de Janeiro está sob controle”, garantiu o ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Ele disse, contudo, que o governo federal está preparado caso a situação se agrave. “Nós temos prontidão para qualquer eventualidade no caso do Rio de Janeiro e também em São Paulo. Sorte que lá a situação está sendo acompanhada e se encontra sob controle”, afirmou.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Etchegoyen, disse que a Abin está acompanhando a situação de todos os Estados. “O GSI acompanha todo o cenário nacional através da Agência Brasileira de Inteligência. Ela tem monitorado, e nós não temos em nenhum outro estado a gravidade que se apresenta aqui no Espírito Santo”, assegurou.

“Na medida em que movimentos se agravarem ou não nós vamos nos preocupar. Por enquanto a preocupação está concentrada no Espírito Santo.”

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