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São Paulo - A Polícia Civil investiga se parte das joias roubadas em condomínios e mansões, normalmente em arrastões, vai parar nos leilões promovidos na tevê. A suspeita surgiu após a denúncia de uma vítima. Criminosos invadiram seu apartamento no Itaim-Bibi, zona sul de São Paulo, no réveillon. Duas semanas depois, um parente viu peças de sua coleção à venda no programa Mil e Uma Noites, que é gerado em Curitiba e transmitido pela rede de televisão CNT. A vítima procurou a polícia e foi orientada a recomprá-las. No momento da entrega, um funcionário foi detido e os responsáveis pelo programa, que negam irregularidade, tiveram de comparecer à delegacia.

O caso deu origem a uma complexa investigação, que consta no inquérito policial instaurado no 15º Distrito Policial (Itaim Bibi), para apurar o furto e possíveis crimes contra a ordem tributária e de receptação de produto roubado.

A vítima, que não quer ser identificada, disse à polícia que algumas das peças levadas pelos bandidos eram exclusivas, feitas por encomenda.

Defesa

O diretor do Mil e Uma Noites, Paulo Calluf, se defende, dizendo que as peças que a mulher reconheceu são joias fabricadas em série e que existem centenas idênticas. "Estamos há 15 anos produzindo programas de televendas. Nossa empresa é idônea", assegura.

O advogado de Calluf, Antônio Augusto Figueiredo Basto, afirma que 14 joias foram recompradas pela vítima, que já foi ressarcida, e que outras 2 foram localizadas e deverão ser entregues logo.

De acordo com Figueiredo Basto, as joias comercializadas pelo Mil e Uma Noites são adquiridas em leilões da Caixa Econômica Federal e de fornecedores particulares. Ele argumenta que seu cliente "também é vítima, por ter adquirido um lote de joias com peças de origem ilícita."

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