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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

OAB responsabiliza governo por reocupação que terminou em mortes

Leia a reportagem completa

A polícia civil de Cascavel, no Oeste do Paraná, analisa uma fita de vídeo que foi entregue pelos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) que ocupam a fazenda experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do Paraná. As imagens registram o momento da chegada dos seguranças na área e início do confronto armado na madrugada de domingo (21), que resultou na morte do segurança Fábio Ferreira de Souza e do líder sem-terra Valmir Mota de Oliveira, o Kenun.

O delegado-chefe Amadeu Trevisan acredita que, provavelmente, os seguranças iniciaram a confusão. "Já estamos bem próximos dessa realidade, porque os seguranças voltaram na fazenda para tentar uma reocupação. Nós assistimos parte do vídeo, houve o início de uma discussão naquela guarita e dessa discussão iniciaram o tiroteio", disse Trevisan em entrevista ao Bom Dia Paraná desta terça-feira (23).

Segundo ele, o vídeo será avaliado integralmente e as imagens devem colaborar para a extração de provas. "Ele será assistido e reassistido diversas vezes até que posssamos tentar identificar os autores dos disparos não só dos seguranças, mas também dos sem-terra que atiraram", disse. A polícia ainda não sabe informar quantas armas foram utilizadas no confronto, nem de quais tipos. "Tanto os estojos como os cartuchos deflagrados estão na perícia. Nós estamos aguardando ainda para esta semana a separação e a discriminação pela perícia", complementa.

Depoimentos

Novas testemunhas do confronto prestaram depoimento na manhã desta terça-feira. São dois policiais, os primeiros que cehgaram á fazenda após a invasão. Porém, o depoimento mais aguardado desta terça-feira é do dono da empresa de segurança particular. "Queremos perguntar a ele quando o houve o momento da decisão de retornar à fazenda para a retomada", explica Trevisan.

O ouvidor nacional do Incra, Marcos Aurélio Bezerra da Rocha, está em Cascavel para fazer uma avaliação na área onde houve o confronto entre seguranças particulares e sem-terra. Ele esteve na Polícia Federal pela manhã para colher informações sobre tudo o que já foi levantado sobre o caso, mas por questões de sigilo não informou detalhes.

Representantes de várias entidades sociais e de alguns partidos políticos pediram a prisão dos envolvidos durante uma reunião na Câmara de Vereadores de Cascavel nesta terça-feira. "Qualquer investigação da polícia, os movimentos sociais vão colaborar e se houver alguma responsabilidade dentro dos movimentos sociais, nós gostaríamos que a polícia apurasse e punisse da mesma forma como nós estamos pedindo com relação ao outro lado", disse Joaquim Ribeiro, coordenador nacional do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST).

Tiroteio

No início da madrugada de domingo, cerca de 150 integrantes do MST, invadiram a fazenda. Houve tiroteio entre seguranças e sem-terra e uma pessoa de cada parte morreu. Pelo menos outras cinco pessoas ficaram feridas – uma em estado grave.

Nove pessoas ligadas ao MST foram apresentadas, pelo próprio movimento, prestaram depoimento e foram liberadas em seguida. Os sete seguranças detidos no dia da invasão permanecem presos. A arma usada pelos sem-terra no confronto ainda não foi apreendida.

O corpo do sem-terra Valmir Mota de Oliveira foi velado e sepultado na tarde de segunda-feira em Cascavel. Os integrantes do MST fizeram um ato público dentro da fazenda para protestar contra a morte de Oliveira.

Segundo o coronel Celso José Mello, Comandante do Policiamento do Interior, a Polícia Militar mantém um efetivo nas imediações da fazenda experimental para manter a segurança. Os sem-terra controlam a área e a situação é considerada calma no local.

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