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Sindicato alerta que confecção de identidades pode ser impactada | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Sindicato alerta que confecção de identidades pode ser impactada| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Os policiais civis do Paraná e de ao menos outros vinte estados amanheceram em greve nesta quarta-feira (21). O protesto, que deve durar 24 horas, está sendo organizado por quatro sindicatos regionais e um nacional e compreende reclamações da corporação em relação a tramitação de dois projetos de nível federal que, segundo as entidades, visam a retirada ou obstrução das conquistas dos policiais.

Segundo o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), a paralisação deve chegar a 80% dos policiais civis do estado.

Durante todo o dia, só serão realizadas prisões em flagrante e todo o atendimento emergencial, segundo a categoria. O papel administrativo dos policiais - emissão de Carteira de Identidade, Antecedentes Criminais, consultas, visitas, etc - será afetado nesta quarta-feira (21).

A assessoria de imprensa da Polícia Civil informa que até o momento não foram constatadas paralisações, com todos os serviços, inclusive os de escritório, sendo oferecidos normalmente para a população.

Além do Sinclapol, estão envolvidos na organização o Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) a Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sul (Feipol-Sul) e União da Polícia Civil do Paraná.

Cortes

As manifestações vão contra principalmente a PEC 241, que estabelece medidas para o corte dos gastos públicos pelos próximos vinte anos, como a restrição a investimentos em educação, saúde e segurança pública à variação da inflação do ano anterior. E também contra o Projeto de Lei defendido pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB), em tramitação no Congresso, que estabelece controle de gastos aos governadores dos estados em troca da renegociação das dívidas das partes com a União.

“Pelo projeto, em troca da renegociação da dívida, os governos estaduais terão que se submeter a um ajuste fiscal profundo, com corte de gastos e investimentos, revisão das aposentadorias do setor público, fim da contratação de servidores e adesão à PEC 241”, informa a Feipol-Sul.

Para André Gutierrez, presidente do Sinclapol, o governo quer jogar a culpa nos servidores para o problema de dívida. “É uma paralisação nacional. O governo quer cortar gastos com os prestadores de serviço em detrimento a excessos do passado. É um absurdo”, explica.

O Sinclapol estará durante todo o dia no Centro Cívico, na Assembleia Legislativa do Estado (Alep) e no Palácio do Iguaçu, reivindicando que esses projetos sejam barrados com o apoio da população.

Defasagem

No começo de agosto, os policiais civis do Paraná realizaram uma greve contra o governo do estado. De acordo com o Sinclapol, em diversas delegacias os policiais civis são obrigados a trabalhar até 80 horas semanais, quando a atribuição legal é de somente 40 horas.

Outra promessa que não teria sido cumprida pelo governador Beto Richa (PSDB) é a de que os policiais não cuidariam dos presos das carceragens de delegacias. Hoje, o Paraná abriga dez mil detentos que continuam sob vigilância dos policiais, informa a categoria.

A Polícia Civil também trabalha com defasagem de pessoal. De acordo com o sindicato, são sete mil policiais efetivos - mil a menos do que o número ideal.

O governo do Paraná diz que, desde 2011, 1.780 policiais civis foram contratados, o que hoje representaria 40% do efetivo total. O Sinclapol afirma que esse número não levam em conta os desligamentos da corporação e que, de 2011 a 2016, 1.219 baixas já aconteceram na Polícia Civil.

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