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De segunda-feira até ontem, as Polícias Civis de todo o país participaram pela primeira vez de uma operação nacional conjunta. O objetivo era mostrar a força e a capacidade de organização das polícias estaduais. Um balanço parcial, concluído às 20h30, somava cerca de 2,2 mil prisões em todo o Brasil, 1.675 só em São Paulo, onde três pessoas foram mortas durante a ação. O Paraná contribuiu com 29 prisões, algo em torno de 1,5% do total. Outros estados tiveram melhor desempenho, como a Bahia (72 prisões), Mato Grosso (130) e Espírito Santo (60). Para a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), o resultado da operação no estado foi um sucesso.

A polícia paranaense mobilizou 75 delegados, escrivães e investigadores (foram 20 mil no país). O trabalho ficou restrito à região metropolitana de Curitiba, apenas para cumprir os mandados de prisão contra acusados de homicídio. Das 29 prisões, a Sesp destaca duas. Uma delas é de Larico Vieira dos Santos, de 34 anos, acusado de estupro e dois homicídios. A outra prisão foi de Dirceu Jacobi, 29 anos, acusado de homicídio, cárcere privado e tortura, além de tráfico de drogas (veja matéria nesta página).

A operação conjunta, coordenada pelo Núcleo de Operacionalidade do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil, ligado ao Ministério da Justiça, levou policiais às ruas de todo o país para cumprir centenas de mandados de prisão temporária, administrativa e preventiva. "Para a criminalidade, fica o alerta de que a polícia está trabalhando", disse o delegado-chefe da Divisão de Polícia Metropolitana de Curitiba, Newton Tadeu Rocha.

Enquanto no Paraná a operação se restringiu à região metropolitana da capital, na maioria dos demais estados as ações se espalharam também pelo interior. Em São Paulo, por exemplo, estado que mais investiu na operação, as buscas só não foram feitas em três dos 645 municípios. Foram 1.675 prisões, mas 773 vão responder ao inquérito em liberdade. No Rio de Janeiro os números não foram otimistas: a operação reuniu 2 mil policiais no estado e terminou com a prisão de 54 suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas.

Os números são igualmente desfavoráveis ao Paraná porque o estado fez uma opção mais seletiva também no perfil do procurado. Em grande parte dos estados, a polícia saiu às ruas com mandados de prisão de várias modalidades de crime. No Paraná optou-se pelos casos de assassinato. Na opinião de Newton Rocha, o homicídio pode ser considerado o mais grave dos crimes e o que mais preocupa a polícia. Já o delegado-geral da Polícia Civil no Paraná, Jorge Azôr Pinto, garantiu que as operações rotineiras não foram suspensas.

À Agência Globo, o delegado Celso Ferro, diretor do Departamento de Atividades Especiais no Distrito Federal, disse que a mobilização policial tem um fundo político, o de despertar atenção dos governos e do Congresso para a necessidade de se abrir espaço para as polícias civis na elaboração das políticas de segurança.

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