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A Polícia Civil de Pernambuco encontrou no Fórum de Palmares, na Zona da Mata Sul, inquérito no qual o ex-cabo da Polícia Militar Everaldo Pereira dos Santos, pai da adolescente Eloá Pimentel - morta em São Paulo pelo ex-namorado, após ficar mais de 100 horas em cárcere privado - foi indiciado por envolvimento em um homicídio.

De acordo com o delegado Osvaldo Moraes, diretor de Polícia Judiciária pernambucana, Everaldo dos Santos foi indiciado como um dos executores do advogado José Volemberg Ferreira Lins, assassinato ocorrido em 20 de dezembro de 1989, em Palmares. Outros quatro homens foram indiciados no mesmo processo, sendo dois como mandantes e outros dois como executores.

A pesquisa por informações referentes ao ex-PM nos arquivos policiais pernambucanos foi feita após pedido da Polícia Civil de Alagoas, onde ele é investigado por suspeita de participação em um grupo de extermínio. A Polícia Civil pernambucana fez o levantamento em nove delegacias, todas em cidades da Zona da Mata Sul, mas apenas em Palmares até o momento foi encontrado processo contra o pai de Eloá.

O advogado de Everaldo dos Santos, Ademar Gomes, disse ao G1 que a nova acusação contra o seu cliente não é um fato "estranho". Segundo ele, trata-se de uma represália da Polícia Civil de Alagoas contra policiais militares. "Isso não é estranho, porque até então não havia nada contra ele. Depois do episódio envolvendo a filha dele (Eloá), começaram a surgir estas acusações", disse.

"Há uma política da Polícia Civil contra os policiais militares devido uma briga entre elas em 1990 e 1991. Não fui informado ainda sobre esta nova acusação. De qualquer modo, meu cliente se diz inocente em todos elas", afirmou Ademar Gomes.

Braço direito

De acordo com as investigações, o pai de Eloá era o braço direito de um ex-prefeito da cidade de Novo Lino. Segundo a polícia, Everaldo Pereira teria praticado diversos homicídios a mando do ex-prefeito.

O ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas Everaldo Pereira dos Santos foi intimado pela Justiça de Alagoas a se apresentar em um prazo de 15 dias a contar desta quinta-feira (30). Caso não se apresente, ele será levado a julgamento à revelia (mesmo sem a presença do réu) pelo assassinato do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa (PDT), e do motorista Antenor Carlota da Silva. Os dois foram mortos a tiros em outubro de 1991, em Maceió, e o pai da adolescente é acusado de cometer o crime.

O edital de intimação foi publicado nesta quinta-feira (30) no Diário Oficial de Alagoas. Segundo o juiz titular da 9ª Vara Criminal de Maceió, Geraldo Amorim, caso o pai de Eloá não se apresente, "ele deverá ser levado a júri ainda neste ano ou, no mais tardar, no primeiro semestre de 2009".

Na época do duplo assassinato, o pai da Eloá pertenciam, junto com outros policiais, à "gangue fardada", um grupo extermínio comandado formado por policiais, segundo a acusação.

Everaldo Pereira dos Santos foi identificado após o episódio do seqüestro da filha dele com a amiga Nayara Silva. Eloá Pimentel foi morta pelo ex-namorado Lindemberg Alves, após ficar mais de 100 horas como refém. O seqüestrador está preso na Penintenciária II de Tremembé, no Vale do Paraíba.

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