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Apesar de ninguém ter sido preso, a Delegacia de Estelionato de Maringá, região Noroeste do Paraná, desmantelou nesta segunda-feira um grande esquema de falsificação de cartuchos de tinta para impressoras. Marco Antônio de Barros Macarini (38) foi apontado como o responsável pelas falsificações e também por fraudar documentos para participar de licitações federais. Ele está foragido.

De acordo com o delegado Francisco Alberto Caricati, as falsificações eram quase perfeitas. "Ele tinha todo o maquinário para se produzir cópias praticamente idênticas às originais. Encontramos até máquinas para produzir o selo holográfico que deveria garantir a autenticidade do produto e outras que fazem as embalagens especiais a vácuo". As marcas falsificadas por Macarini eram HP e Epson.

Mas o que chamou a atenção dos policiais foi a ousadia do acusado. Depois das buscas realizadas pela Polícia na casa dele, e em uma sala comercial onde Macarini fazia as falsificações, foram encontrados documentos que comprovam a fraude contra órgãos do governo.

"Ele oferecia condições únicas e preços baixos para vencer várias licitações por meio de pregões eletrônicos. Já comprovamos que ele vendeu os produtos falsos para as universidades Federal do Paraná e de Lajes, em Santa Catarina, além do Exército e da Marinha do Brasil", disse Caricati.

Nas buscas foram apreendidas duas máquinas para empacotar os cartuchos, cerca de cinco mil selos da marca HP e mil cartuchos recarregados. "Ele tinha maquinário e material para produzir cerca de mil cartuchos por dia. Vamos fazer um levantamento para tentar dimensionar o tamanho do prejuízo que ele causou aos seus clientes, mas será difícil chegar a um número exato", explicou Caricati.

Durante as investigações a Polícia descobriu que Macarini comprava cartuchos vazios, recarregava-os e os vendia como novos. "Ele gastava menos de R$ 8 por cartucho e os revendia por R$ 70 ou R$ 80 a unidade. Durante as buscas deu para perceber que ele está muito bem de vida, já que sua casa deve valer uns R$ 500 mil".

Todos os documentos apreendidos serão enviados para perícia. "Nós vamos falar com os órgãos e empresas que foram enganadas para darmos continuidade nas investigações", afirmou.

Macarini, que até então não tinha passagens pela Polícia, está foragido. Contudo, o delegado afirmou que o advogado do acusado garantiu que ele irá se apresentar na próxima semana. Até a tarde desta segunda a Polícia não identificou mais ninguém envolvido neste esquema, apenas Macarini. Ele será autuado por falsidade ideológica, estelionato, violação de direito autoral e, possivelmente, fraude em licitação.

A denúncia

Macarini começou a ser investigado há pelo menos 20 dias após uma denúncia. A empregada doméstica do acusado, que foi usada como "laranja" para que ele abrisse a empresa "Mil Print", disse que várias pessoas começaram a cobrar dívidas que ela não tinha feito. "Ele comprou muitas coisas, fez empréstimos, não pagou ninguém, fechou a empresa e deixou a responsabilidade para a sua empregada doméstica".

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