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Cuiabá – A Polícia Federal abriu ontem inquérito para investigar o empresário Abel Pereira. Ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri (governo Fernando Henrique Cardoso), Pereira teria tentado comprar o silêncio dos chefes da máfia dos sanguessugas e impedir a divulgação do dossiê que poderia comprometer José Serra, do PSDB, antecessor de Negri na pasta.

O inquérito foi instaurado por determinação do procurador da República Mário Lúcio Avelar, que acompanha a investigação da PF acerca do dossiê Vedoin. O procurador quer apuração rápida. Ele requereu à Justiça a quebra do sigilo bancário e telefônico de Abel Pereira.

Luiz Antônio Vedoin, acusado de ser o líder do esquema das ambulâncias superfaturadas, disse que Pereira teria oferecido R$ 10 milhões para embargar o dossiê. O negócio não teria sido fechado, segundo apuração da PF, porque Vedoin exigiu R$ 20 milhões. O empresário nega participação na trama.

O ponto de partida do inquérito federal são 15 cheques que somam R$ 601 mil, documentação que a PF recebeu na semana passada. Os cheques, emitidos pela Planam – empresa que operou como quartel-general da máfia dos sanguessugas – seriam a prova do pagamento de propinas em um esquema envolvendo Pereira, que hoje detém elevado número de obras contratadas pela prefeitura de Piracicaba, interior de São Paulo. Barjas é o prefeito da cidade.

Em agosto, revela a investigação da PF, Pereira esteve em Cuiabá em duas ocasiões, quando tentou manter contato com Luiz Vedoin, supostamente para tratar de assuntos relativos à fazenda de gado que possui no interior de Mato Grosso.

Na primeira vez, o empresário hospedou-se no Hotel Taiamã, em frente à sede da PF. Duas factorings, nas quais Pereira teria participação, são alvo do inquérito.

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