Polícia identifica suspeitos de matar neurocirurgião no Mossunguê

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A polícia identificou nesta quinta-feira (21) três suspeitos de terem participado do assalto à casa do médico neurocirurgião Paulo Carboni Junior, no bairro Mossunguê, em Curitiba, na noite de terça-feira (19). O médico, que estava com a mulher e a filha, acabou sendo morto após reagir durante o assalto.

De acordo com o titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba (DFR), Amarildo José Antunes, Cléber Francisco Pereira Leite, conhecido como Binho, 19 anos, Luiz Henrique Soares de Melo, o Nemo, 21 anos, e mais um adolescente de 17 anos foram identificados por suspeita de cometerem o crime. Binho, definido pelo delegado como o mais violento dos três, teria efetuado o disparo que atingiu o neurocirurgião. O tiro foi fatal, segundo a polícia, e atingiu a região do coração do médico. Os policiais chegaram aos suspeitos porque testemunhas ouviram eles mencionarem, durante o assalto, o apelido do adolescente envolvido na ação. Familiares chegaram a pedir para que os três se entregassem, mas eles seguem foragidos. O trio é suspeito de cometer outros assaltos na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Há informações de que todos eles moram no Jardim Gabineto, segundo a DFR.

Os suspeitos já foram reconhecidos pelas vítimas do assalto. Conforme a polícia, após o crime foi iniciada uma diligência no local e várias pessoas foram abordadas. "Nós pegamos os suspeitos e através do celular a gente passava as imagens para as vítimas, que acabaram reconhecendo os três", disse o delegado.

O crime

O crime ocorreu na Rua José Martins, por volta das 21 horas. Segundo as investigações, o assalto iniciou quando a esposa e a filha do médico chegaram em casa e abriram o portão. Elas foram rendidas pelos assaltantes e mantidas como reféns na cozinha da residência.

Enquanto um dos suspeitos teria subido para recolher objetos para o roubo, Carboni Junior, que estaria cochilando na sala, foi amarrado com cadarços de tênis e colocado de joelhos. O médico ainda tentou conversar com os assaltantes, que o mandaram "calar a boca", segundo relata a polícia. Na sequência, o trio teria ameaçado cortar o cabelo da filha do médico, que nisso tentou reagir e foi morto.

Após os disparos, a esposa de Carboni, que também é médica, socorreu o marido. Ela levou o neurocirurgião até o Centro Municipal de Urgências Médicas do Campo Comprido (unidade 24 horas). Segundo informações da Polícia Militar, ele não resistiu e chegou sem vida ao CMUM.

Trajetória

Carboni se formou em 1982 e fez residência médica na Santa Casa de Curitiba. Em seguida, o médico fez uma especialização na Inglaterra e em 1986 começou a trabalhar nos hospitais Pequeno Príncipe e Cajuru. Nas últimas duas décadas, se dedicou exclusivamente à área pediátrica.

O médico era casado com a hematologista e oncologista Edna Carboni, que também atua no Pequeno Príncipe. Paulo Carboni deixa um filho e uma filha.

O Hospital Pequeno Príncipe informou, em nota, que a entidade recebeu com profunda tristeza a notícia do falecimento de Caboni. O médico trabalhava há mais de 20 anos no local e atualmente coordenava uma das equipes de neurocirurgia do Hospital Pequeno Príncipe.

A entidade informou ainda que "se solidariza com familiares, amigos, corpo clínico e demais profissionais que atuaram com ele. Ao longo desses mais de 20 anos Paulo Carboni sempre exerceu sua função com excelência e ética, deixando para todas as equipes um exemplo de dedicação e profissionalismo", finaliza o documento.