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A polícia já tem pistas de um menino que seria o autor do disparo que matou Miguel Cestari Ricci Santos, de 9 anos, dentro da sala de aula da Escola Adventista de Embu, na Grande São Paulo. O tiro saiu de um revólver calibre 38 e foi disparado à queima-roupa - a cinco centímetros de distância. A arma ainda não foi achada, mas a expectativa era esclarecer o caso ainda nesta sexta-feira (1.º). A polícia chegou a infiltrar homens no velório do garoto.

"Não vejo como maldade. E, sim, como uma fatalidade", desabafou na quinta-feira a mãe de Miguel, Roberta Cassio Cestari Ricci, a familiares no Cemitério São Paulo, na zona oeste, onde o garoto foi enterrado. O pai, Dênis Winston Ricci, só chorava, inconsolável. Para preservar a irmã mais nova do garoto, Mirela, de 5 anos, eles optaram por não levá-la ao enterro.

Na tarde de quinta, quatro colegas de Miguel foram levados à Delegacia Seccional de Taboão da Serra, responsável pelo inquérito. "Estamos colhendo provas. Todo mundo está sendo ouvido. Sabemos que foi um revolver calibre 38", afirmou o delegado Carlos Roberto Ceroni, do Setor de Homicídios da Seccional. Ao todo, 20 pessoas foram ouvidas.

Cena alterada

Pela manhã, peritos do Instituto de Criminalística (IC) haviam ido à escola recolher provas, como panos de chão, na sala onde Miguel estudava. De acordo com os policiais, a cena do crime foi alterada - não para eliminar provas, mas para que fosse feita a limpeza e a preservação da imagem do colégio.

Foi usado Luminol (reagente para detectar vestígios de sangue). Havia ainda manchas em um corredor entre as duas primeiras carteiras, na frente da mesa do professor. Na madrugada, duas perícias já haviam sido realizadas pela Polícia Científica. Os policiais também apreenderam a camiseta que Miguel usava na hora em que foi atingido pelo disparo. A peça, de acordo com os investigadores, será analisada e poderá ajudar a esclarecer de onde partiu o disparo.

Segundo o delegado Marcos Carneiro, diretor do Departamento de Polícia da Grande São Paulo (Demacro), peritos do Instituto Médico-Legal (IML) também realizaram exame técnico no corpo do menino para detectar a trajetória da bala e saber se ele estava ajoelhado, em pé ou sentado no momento do disparo. O objetivo é calcular a distância entre o local de entrada da bala e o ponto onde ela se alojou.

"Esse laudo deve ficar pronto em 15 dias. Depois será confrontado com a perícia realizada na sala de aula e com os depoimentos de testemunhas - para saber se o resultado é compatível com o ambiente", afirmou Carneiro.

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