A polícia ouviu nesta terça-feira (25) as duas irmãs que têm a guarda provisória dos gêmeos, de 1 ano e 2 meses, filhos da mulher que abandonou um bebê na caçamba de lixo na Praia Grande, no litoral de São Paulo. O recém-nascido foi abandonado na semana passada e a suspeita foi presa neste sábado (23) por tentativa de homicídio e abandono de incapaz. A mulher teria uma outra filha, de 15 anos, que também está sendo procurada pela polícia.
Segundo o delegado Flávio Magário, as irmãs prestam serviço voluntário na casa de repouso para idosos em Praia Grande, onde Rosineide de Salles Lins, de 39 anos trabalhava. Segundo ele, elas disseram em depoimento que Rosineide entregou o casal de gêmeos a elas com 15 dias de nascido pedindo que cuidassem dos recém-nascidos.
Elas afirmaram que a funcionária nunca procurou informações sobre as crianças. As voluntárias têm a guarda provisória dos bebês e ano passado pediram a guarda definitiva. Ainda segundo o delegado, o pai dos gêmeos o proucurou e disse que iria entrar com um pedido de guarda das crianças.
"Ele disse que chegou a viver seis meses com Rosineide durante a gestação, mas se separaram antes do parto. Depois do nascimento das crianças, disse que parou de ajudar a mulher porque também estava sem condições financeiras", disse Magário.
Agora a polícia aguarda os resultados dos exames pericias do suposto local do parto e do exame de DNA do suposto pai do bebê abandonado na caçamba de lixo. Entre quinta (28) e sexta-feira (29), Rosineide deve ser mais uma vez interrogada pelo delegado.
Segundo a assessoria do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, onde a recém-nascida está internada, o bebê apresenta melhoras no estado de saúde e continua em tratamento contra uma infecção na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica.Adolescente de 15 anos
Segundo o delegado, a outra filha de Rosineide, de 15 anos, que é adotada, também está sendo localizada. Ele afirma que quer saber em que circunstâncias a adolescente sofreu o processo de adoção.
"O processo de adoção foi arquivado. Vamos pedir o desarquivamento para consulta. Não tenho intenção de ouvi-la para não virar um processo traumático para menina, mas para saber se ela também foi colocada em situação de risco ou se ela [a mãe], a entregou de forma regular", disse o delegado.Outros filhos
Rosineide tem seis filhos reconhecidos. Em depoimento, ela disse que abandonou o bebê no lixo porque recebe apenas R$ 600 e, por isso, não tem condições de sustentá-lo. Ela também alega ter sofrido depressão pós-parto, hipótese refutada pela polícia.
A polícia ainda procura o local exato onde a mulher teve a menina. Ela pode ter feito o parto sozinha. No fim da tarde desta terça-feira (26), os delegados Flávio Magário e Rosemar Cardoso estiveram na casa de repouso onde ela trabalhava para olhar um quartinho, espécie de almoxarifado. "Há manchas que podem ser de sangue. Os peritos vão recolher o material e, se for sangue humano, vamos fazer o confronto", contou Magário. Ele disse já ter o DNA da menina, de mãe e agora do suposto pai.
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