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Na região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, a greve da Polícia Civil cancelou o atendimento às famílias de presas da cadeia feminina de Caçapava. Os parentes são obrigados a entregar o material de higiene pessoal e alimentos um dia antes da visita, marcada para toda quarta-feira Mas na manhã desta terça-feira (16), os familiares foram surpreendidos pela ausência de carcereiros para receber o chamado 'jumbo'. Sacolas e mais sacolas ficaram nas calçadas e os parentes esperaram por mais de três horas.

"Fomos pego de surpresa, ninguém avisou nada e estamos aqui esperando. A gente entende que eles queiram aumento, mas nós não temos nada a ver com isso", disse a doméstica Adriana Sobrinho, que visitava a irmã detida na cadeia. O aposentado Mário Alves do Amaral, que tirou a manhã para levar mantimentos e produtos de higiene para a filha, estava revoltado. "Isso é uma humilhação pra gente que tem que viajar pra chegar aqui e ficar esperando tanto tempo."

A cadeia feminina de Caçapava tem atualmente 139 mulheres, mas a capacidade é para 60 presas. Não há previsão de visitas para esta quarta-feira (17).

Na mesma região, estão em greve os policiais de São José dos Campos, Taubaté, Jacareí e Caçapava, onde apenas os serviços de emergência estão sendo realizados.

Em Jacareí, por exemplo, são quase duzentos servidores, entre delegados, investigadores e escrivãs de polícia. Na manhã desta terça, os funcionários usaram nariz de palhaço e saíram às ruas em um apitaço.

Há uma semana, os policiais começaram as manifestações exigindo do governo do Estado de São Paulo melhores salários e condições de trabalho. O sindicato diz que a categoria está sem reajuste há 12 anos e as perdas nos rendimentos chegam a 60%. Na segunda-feira (15), houve nova tentativa de negociação, mas o aumento de 7% proposto até agora não foi aceito pelos policiais.

RIBEIRÃO PRETO

Policiais civis da região de Ribeirão Preto também aderiram à greve da categoria nesta terça-feira (16). "Todos estão no local de trabalho, normalmente, mas atendendo as ocorrências de natureza gravíssima, como flagrante, seqüestros, roubos, acidentes de trânsito com mortes, encontro de cadáveres; outros casos são analisados pelos delegados para não causar prejuízos à população", disse a presidente do Sindicato dos Policiais Civis da Região de Ribeirão Preto, Maria Alzira da Silva Corrêa. Em vários distritos, faixas foram fixadas anunciando a greve. Segundo Maria Alzira, existem cerca de 2.100 policiais civis em 93 cidades da região. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (SSP) distribuiu nota geral sobre a negociação da greve e sem informações específicas sobre as paralisações por regiões do Estado.

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