O policial civil Dirceu Antônio Zorek, 47 anos, foi morto numa tentativa de resgate de presos no 11ºDP no bairro da Cidade Industrial do Paraná (CIC), em Curitiba. O crime foi cometido na noite de terça-feira (13) pelos irmãos Marcelo Rocha de Souza, 30 anos, e Priscila, de 18 - que nesta segunda-feira (19) foram presas e confessaram o assassinato.
Em depoimento, os irmãos não disseram quais os presos que seriam resgatados, mas explicaram que a ordem partiu do namorado de Priscila - Wiliam de Oliveira, que está detido no Centro de Triagem II (CT II), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. O casal de irmãos informou que chegou ao portão da delegacia e foi atendido por Zorek. Um outro policial que estava nas dependências do 11ºDP disparou contra os irmãos que revidaram - acertando o policial. "Acreditamos que mais gente dava cobertura na tentativa de fuga", disse o delegado-chefe da delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Rubens Recalcati.
As outras pessoas, citadas por Recalcati, são Wágner Alves da Silva, conhecido como "Waguinho", de 20 anos, Juliano Gonçalves da Luz, o "Ju", de 22, Geovani Diego Rodrigues Faria, "Lalo", de 19 anos, e uma adolescente. Todos, ainda segundo a polícia, cometeram um assalto numa casa no balneário Atami Sul, no Litoral do Paraná, na noite do último domingo (18).
"No domingo a tarde recebemos a informação de uma quadrilha fortemente armada que estava no Litoral do estado. Nesta manhã descemos e prendemos todos", comenta Recalcati. Os irmãos foram detidos horas depois. Com o grupo, a polícia apreendeu armas, munição, dois coletes balísticos e produtos roubados. Entre o material recolhido, está um revólver Rossi (cinco tiros) que a polícia acredita que seja a arma usada para matar o policial. Um laudo do Instituto de Criminalística deve apontar a arma usada no assassinato de Zorek.
Todos os presos devem ser encaminhados ainda esta noite para Curitiba. Eles, primeiramente, devem ficar detidos no COPE (Centro de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil) e depois devem prestar depoimento na 11ºDP, onde tramita a investigação. Eles responderão pelos crimes de roubo, porte ilegal de armas e munição. O casal de irmão responde ainda por homicídio.
Policia era investigado
O policial Dirceu Antônio Zorek foi preso em 2006 acusado de integrar um esquema de pedofilia associada a extorsões. Ele e outras 25 pessoas foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). Entre os denunciados estão três delegados, 13 investigadores da Polícia Civil, três escrivães e uma advogada.
O processo tramita em segredo de justiça na 12º Vara Criminal de Curitiba. A informação da 12º Vara é que nenhum dos 40 réus do processo está preso. Dois deles ainda não foram ouvidos. Recalcati informou que a morte de Zorek nada tem a ver com este processo sobre pedofilia.
