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O policial federal Leonardo Schmidt, de 26 anos, confessou que fez quatro disparos contra o também policial federal Humberto José Filgueiras Barrense, morto na madrugada deste domingo (14) numa festa de música eletrônica na Marina da Glória, na Zona Sul do Rio.

"O agente assumiu que atirou, ele não nega", disse o delegado Felipe Ettore, da Delegacia de Homicídios da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Segundo ele, Leonardo foi preso em flagrante e vai responder por homicídio. Ele ficará preso em Bangu 8. O titular disse ainda que o preso alegou legítima defesa e contou que houve discussão entre os dois policiais.

O delegado ouviu várias testemunhas do crime na manhã deste domingo (14), mas não quis dar detalhes do caso, nem informou o motivo da discussão entre os agentes. Segundo ele, o inquérito tem prazo de 10 dias para ser concluído, e outras informações só serão passadas pela assessoria da Polícia Federal.

Imagens apagadas

Muito nervosa e ainda com as mãos sujas de sangue, Carla Rodrigues Leite, de 31 anos, namorada da vítima, disse que parte das imagens do circuito interno do evento foi apagada.

"Uma parte da gravação sumiu. Essa gravação vai mostrar tudo, o cara baleando Humberto", afirmou Carla.

O delegado, no entanto, não confirmou essa informação, mas já está com as imagens para análise. Se a hipótese for confirmada, os responsáveis serão indiciados.

Carla contou ainda que ficou perplexa com a situação.

"Ele sacou a arma, atirou e ainda deu tiro nele caído. Em nenhum momento eu achei que uma coisa tão bizarra, tão medíocre e tão ridícula fosse acontecer, como um garoto jovem, de 26 anos, com apenas 2 anos de polícia, querer mostrar autoridade", lembrou a namorada.

Segundo ela, dois seguranças do evento seguiram o casal porque Humberto não quis acautelar a arma. Ele alegou que estava em seu direito. Carla disse também que o namorado pediu ajuda aos colegas por telefone porque se sentiu constrangido com a situação.

Segundo ela, depois de muita insistência, Humberto teria aceitado apenas fazer o registro do número da arma e voltado para o evento.

Minutos depois, o sócio do evento, que é irmão de Leonardo, teria se aproximado do casal e apontado para Humberto. Leonardo, então, teria começado a discutir com a vítima, que foi baleada no local.

"Tragédia", diz superintendente

O superintendente da Polícia Federal, Angelo Fernandes, classificou como uma tragédia a morte do policial federal.

"É a morte de um cidadão, um policial que atira em outro policial, isso por si só já é uma tragédia", lamentou Fernandes, que esteve na delegacia nesta manhã.

O superintendente ressaltou que é permitido um policial federal entrar num ambiente público armado, e lamentou que o crime tenha ocorrido em um ambiente de festa, com aglomeração de pessoas. Segundo ele, Leonardo corre o risco de ser demitido da corporação.

Uma testemunha que prestou depoimento na delegacia, mas não quis se identificar, contou que ouviu os disparos e saiu correndo. Segundo ela, houve correria, mas a festa não foi interrompida.

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