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O prefeito de Santa Maria (RS), Cezar Schirmer (PMDB), respondeu com severas críticas aos apontamentos de improbidade administrativa e homicídio culposo feitos pela polícia no inquérito sobre a tragédia da boate Kiss. Como não possui poder para indiciar um prefeito, os delegados encaminharam ao Ministério Público (MP) e ao Tribunal de Justiça (TJ) notícias de possíveis práticas por parte de Schirmer. O prefeito classificou o resultado da investigação policial como "manipulação política".

Assim que ouviu pelo rádio o anúncio feito pela polícia sobre as conclusões da investigação, ele deixou a prefeitura em direção à sua casa. Lá, reunido com o advogado, escreveu de próprio punho o conteúdo do discurso que faria mais tarde. Ao deixar a residência, Schirmer não deu declarações. Na prefeitura, foi recepcionado por assessores, funcionários públicos municipais e vereadores da base aliada. Logo, dirigiu-se à mesa disposta diante de todos e, de pé, começou a dizer:

"Esperei calado durante esses 50 dias na expectativa que tivéssemos uma investigação isenta e responsável. Hoje, fui tomado de surpresa, talvez a maior da minha vida". "Percebi desde logo que prevaleceu a vontade do Estado de se exonerar de suas responsabilidades, imputando a mim e à prefeitura responsabilidade que não temos, muito menos na dimensão proposta", afirmou.

Tão logo as investigações tiveram início, ainda em janeiro, o secretário de Segurança Pública do Estado, Airton Michels, desembarcou em Santa Maria, onde deu algumas declarações ao lado dos delegados que presidiram o inquérito. Michels sempre isentou o governo do Rio Grande do Sul de responsabilidade. Numa das últimas declarações na cidade, ele encerrou a fala sugerindo: "Quem é a responsável pela fiscalização municipal?".

De volta à prefeitura, Schirmer salientou: "Já que se fala em indício, eu também posso falar. Desde o começo desse inquérito, percebemos indícios no que diz respeito à prefeitura municipal, indícios de tentativa de manipulação política. Desde o início, houve manifestação pública de altas-autoridades estaduais incriminando a prefeitura".

No fim, o prefeito argumentou: "Se houvesse indício ou coparticipação do prefeito, todo o inquérito deveria ser levado ao Tribunal de Justiça. Portanto, não há indícios dessa participação. Estamos diante de um absurdo jurídico, de um processo de natureza política e que, como tal, será respondido".

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