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Curitiba – As prefeituras administradas pelo PT no Paraná recebem do Bolsa-Família, em média, R$ 3.562,8 a mais que o restante dos 399 municípios paranaenses. O cálculo é feito a partir da análise dos dados do próprio Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). O valor médio pago por famílias nas cidades com administrações petistas é de R$ 56,39 contra R$ 55,14 dos demais municípios do estado. O percentual de famílias pobres atendidas é de 81,13% para 77,80%.

O valor de R$ 3.562,9 não é exato já que a população e o número de famílias pobres variam de cidade para cidade. Mas o cálculo, feito com a média de famílias pobres no estado, mostra como o Bolsa-Família tem beneficiado mais as administrações petistas.

Para o Ministério do Desenvolvimento Social, não se trata efetivamente, de uma irregularidade. "As prefeituras do Partido dos Trabalhadores têm uma tradição em construir as políticas sociais de forma participativa. A área social sempre foi uma bandeira. Além disso, a unificação dos programas de transferência de renda foi no governo Lula. É natural que as cidades com prefeitos petistas tenham mais cuidado com o Bolsa-Família", explica Lúcia Modesto, diretora de Cadastro Único do programa. "Mas temos vários exemplos de cidades administradas por outros partidos que têm resultados muito bons com o cadastro", ressalta.

O deputado estadual André Vargas, presidente do PT no Paraná, também não vê problema nos números. Segundo ele, é normal que as prefeituras tratem com seriedade um programa que faz parte do plano de governo petista. "O Bolsa-Escola nasceu na administração petista do então governador de Brasília Cristovam Buarque e foi copiado pelo Fernando Henrique Cardoso. Com o presidente Lula, houve a unificação dos programas. As prefeituras petistas chegam a empenhar recursos municipais nesses repasses. Há um cuidado muito grande com o Bolsa-Família."

Principal partido de oposição ao PT, o PSDB vê os números como prova do uso político do programa. "No governo FH havia controle e freqüência. Agora o objetivo é só incluir o maior número de famílias. Estamos em período eleitoral e o partido do presidente vai usar o benefício como moeda de troca", afirma o deputado estadual e presidente do PSDB no Paraná, Valdir Rossoni.

Presidente da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), o prefeito de Nova Olímpia (PDT), Luiz Sorvos, afirma que mais importante que discutir as médias de repasse é se preocupar com a porta de saída do Bolsa-Família. "O programa é um paliativo. O que precisa ser feito é se criar oportunidades de emprego, de geração de renda e desenvolvimento sustentável. Nenhuma família quer estar no Bolsa-Família para sempre", explica.

Mesmo sem querer "partidarizar" a questão, Sorvos diz não ficar "surpreso" com o fato dos municípios administrados pelo PT terem um cadastro de famílias mais completo e um benefício médio maior. "Faz parte da cultura do PT garantir esse tipo de repasse às famílias carentes".

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