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Dezessete pessoas de uma quadrilha que lesava aposentados em Curitiba e Florianópolis foram presas nesta terça-feira nos dois estados (Paraná e Santa Catarina). O grupo criminoso, segundo a polícia, já teria arrecadado mais de R$ 5 milhões desde 2004, fazendo aposentados depositarem valores em troca do dinheiro do antigo Fundo de Previdência 157, criado durante o período militar e que teve vigência de 1967 a 1983.

Em Curitiba, foram detidas sete pessoas, entre elas os líderes da quadrilha, os irmãos Antônio Carlos Eggres e Unírio Tadeu Eggres - o primeiro agia no Paraná e o outro em Santa Catarina. As prisões foram feitas por policiais do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), da Polícia Civil do Paraná. Na capital paranaense, ainda foram detidos, segundo a secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp), Adão Bartolomeu Saraiva da Silva Martins, José Carlos Barreiros, Antonio Carlos Paulino, Geison dos Santos Paulino e Aparício Monteiro. Todos são suspeitos de estelionato e serão levados para Santa Catarina.

No estado catarinense, o Departamento de Investigações Criminais de Santa Catarina (Deic-SC) cumpriu 10 mandados de prisão - os nomes não foram divulgados pela Sesp. Com os 17 envolvidos, a polícia apreendeu carros, dinheiro, armas e grande quantidade de cartões de crédito, que ainda serão contabilizados pela polícia de Santa Catarina.

Segundo o delegado Ilson da Silva, diretor do Deic-SC, a quadrilha lesava idosos, "porque o golpe se tratava de uma grande mentira sobre o antigo Fundo 157". Esse fundo foi criado pelo Decreto Lei n.º 157, de 1967, e dava ao contribuinte a opção de usar parte do dinheiro do imposto de renda para compra de ações.

Com a desativação do fundo, muitos contribuintes esqueceram de resgatar o dinheiro dos bancos. Sabendo disso, segundo informações da polícia, a quadrilha descobriu uma forma de aplicar golpe em pessoas que contribuíram, entre 1967 e 1983.

Segundo o delegado, um dos integrantes da quadrilha abordava um idoso na rua e afirmava que a vítima tinha muito dinheiro para receber do Fundo 157. Eles se passavam por funcionários de banco, advogados e empresários. "O golpista falava para a vítima ligar para um escritório falso", explicou o delegado Ilson da Silva. Então, de acordo com o delegado, o golpista pedia à vítima o número do CPF e 10% do suposto valor do fundo adiantados, para prestar o serviço de resgate. "Algumas vezes, este depósito passava de R$ 300 mil", completou Silva.

A ação que desarticulou a quadrilha foi batizada de "Operação Auration" - uma operação conjunta das Polícias Civis de Curitiba e Santa Catarina. De acordo com a polícia catarinense, a ação policial no estado vizinho foi realizada em Joaçaba, Florianópolis, São José, Balneário Camburiú, Itajaí, Irani e Barra Velha. No Paraná, as prisões ocorreram em Curitiba, além de São José dos Pinhais e Colombo, na região metropolitana.

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