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Presidente de sindicato de taxistas vai responder por ameaça ao Uber

Taxistas causam tumulto em frente ao hotel Unique em São Paulo (SP), na quinta-feira (28); eles queriam impedir o uso do Uber | Chello Fotógrafo/Futura Press/Folhapress/
Taxistas causam tumulto em frente ao hotel Unique em São Paulo (SP), na quinta-feira (28); eles queriam impedir o uso do Uber (Foto: Chello Fotógrafo/Futura Press/Folhapress/)

A Polícia Civil abriu investigação contra o presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de São Paulo (Sintetaxi-SP), Antonio Matias, o Ceará, por incitação e apologia ao crime depois que ele compartilhou um vídeo nas redes sociais, na semana passada, incentivando a violência contra motoristas da Uber. “Agora é cacete, prefeito”, afirmou. Também são investigados o próprio sindicato e outras entidades da categoria.

Ceará negou as suspeitas da polícia. “Eu não incentivei o crime. Foi uma mensagem para o prefeito Fernando Haddad. Nós queremos mais polícia, mais fiscalização. Somos contra a violência”, disse. Ele será ouvido na sexta-feira (5) na 5ª Delegacia Seccional.

A reportagem apurou que há vários inquéritos instaurados em delegacias da capital que apuram casos isolados em que motoristas da Uber foram agredidos por taxistas. Porém, o Decap (departamento responsável pelos 93 distritos policiais da cidade) centraliza as investigações para descobrir quem é o responsável por comandar as agressões.

Desde terça-feira, supostos taxistas estão compartilhando mensagens de áudio em grupos de WhatsApp. Nelas, prometem uma guerra contra a Uber. Entre as várias ameaças estão incendiar carros pretos (mesmo não sendo do aplicativo), parar rodoviárias e os aeroportos de Congonhas e Guarulhos. Tudo como forma de protesto contra decisão judicial que proíbe o Departamento de Transporte Público (DTP) de apreender carros do Uber.

Em uma das gravações, o suposto taxista diz: “A guerra para o país ser liberto não morreu gente e derramou sangue? Para gente ser liberto dessa maldita empresa (Uber), a gente derruba sangue. Morre alguém, vem um outro e assume”.

Em nota, o Sintetaxi-SP disse que “não foi procurado por taxistas para falar sobre este tipo de ação. E, se procurados, não vão apoiar o movimento, que vai na contramão da lei municipal que proíbe o transporte clandestino”.

Operação

Na noite desta quarta, cerca de 120 policiais civis, em 40 viaturas, fizeram uma operação em quatro pontos da cidade para evitar brigas de taxistas e motoristas da Uber. Os investigadores ficaram na Avenida Juscelino Kubitschek, na zona sul; na esquina das ruas Augusta e Oscar Freire, nos Jardins; na Avenida Paes de Barros, na zona leste; e na esquina da Doutor Arnaldo com a Teodoro Sampaio, na zona oeste.

Os policiais abordaram taxistas, motoristas da Uber, carros pretos particulares e também motoqueiros, pois havia informação de que taxistas pretendiam atacar os motoristas da Uber usando motocicletas.

O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, acompanhou a operação. Segundo ele, o objetivo principal foi verificar se havia armamento dentro de táxis ou em carros da Uber. “Conversei com quatro motoristas, é possível dizer que a maioria não quer confusão. Quer regulamentação, quer trabalhar”, disse.

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