Após esvaziar semana passada a carceragem do 11º Distrito Policial (11º DP), na Cidade Industrial de Curitiba, a Polícia Civil começou ontem a retirada dos detentos da Delegacia de Furtos e Roubos, no bairro Cristo Rei. Os presos das duas delegacias foram transferidos para as novas celas modulares feitas inteiramente de concreto, o que dificulta perfurações do Centro de Triagem 2 (CT2), em Piraquara, região metropolitana de Curitiba.
Todos os 127 detentos do 11º DP, cuja capacidade era para 40, foram levados ao CT2. Desde a última rebelião, em janeiro, a carceragem estava completamente destruída. Como não existiam mais grades nas oito celas, os presos tinham circulação livre na carceragem, o que impedia o acesso da própria polícia. Para revistar os detentos, os policiais eram obrigados a recorrer à Polícia Militar ou ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
A reportagem tentou visitar a carceragem do 11º DP vazia, porém foi informada pela Divisão de Polícia da Capital de que apenas o secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, poderia autorizar a visita. Delazari, que estava em viagem, não foi encontrado pela reportagem.
Furtos e Roubos
Ontem, foram transferidos 60 detentos da Furtos e Roubos. Outros 57 continuam na delegacia, que tem capacidade para 46 presos. Nos próximos dias a carceragem será esvaziada.
Na última vistoria da Comissão de Direitos Humanos da OAB paranaense constatou-se que, por causa da superlotação, um corredor era utilizado com cela. O local não tinha luz, latrina e nem janela. Alguns presos chegaram a ficar oito dias sem nenhum tipo de iluminação. Os presos também relataram durante a vistoria a presença de ratos na carceragem.
