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Maringá – A Polícia Federal (PF) prendeu ontem oito pessoas no estado de São Paulo suspeitas de participar do assassinato do auditor da Receita Federal José Antônio Sevilha de Souza, em setembro do ano passado, em Maringá. A Operação Davi cumpriu além dos oito mandados de prisão temporária, 18 mandados de busca e apreensão, todos concedidos pelo Juízado Criminal Federal de Maringá.

O principal suspeito de ser o mandante do crime é o empresário Marcos O. Gottlieb, proprietário da Gemini Indústria e Comércio, Importação e Exportação Ltda, cujos negócios eram investigados pelo auditor. "O Sevilha investigava nove empresas e todas elas levavam ao empresário", explica o agente da PF Celso Cecollo.

A PF não entra em detalhes sobre a operação, pois o caso corre em segredo de Justiça. Mas informações preliminares mostram que o auditor teria recebido uma oferta em dinheiro para desistir da investigação. Com a recusa, ele passou a receber ameaças e acabou sendo baleado após sair da casa da mãe na noite de 29 de setembro, tendo morrido no local. Conforme informações da PF, os suspeitos de terem atirado no auditor são o policial civil de São Paulo Jorge Luiz Talarico e os seguranças Fernando Ranea da Costa e Luiz Carlos S. F (a PF divulgou apenas as iniciais do sobrenome). Também foram presos a esposa e o sócio do empresário, Márcia Roberlanda Melquiades de Almeida e Moacyr Macedo Maurico, uma funcionária da empresa de segurança, Regiane Silva Stolarich, e o cunhado do policial, Joel Ranea.

Aproximadamente 80 policiais participaram das ações que começaram por volta das 6 horas em cidades do litoral e capital paulista e na região de São José do Rio Preto. Foram vistoriados residências, apartamentos, chácaras e empresas, onde também foram apreendidos documentos e computadores. Tantos os detidos quanto os materiais foram encaminhados à delegacia da PF em São Paulo e irão para a delegacia em Maringá nos próximos dias. O inquérito é presidido pelo delegado José Pinto de Luna. Cada advogado terá acesso somente à parte de seus clientes e não a todo o processo. "Estamos organizando a logística para transferir os presos e os documentos para Maringá", explica Cecollo.

O delegado da Receita Federal em Maringá, Luiz Fernando da Silva, afirma que o assassinato não inibiu o trabalho dos auditores da Receita. "Fico triste em ver até onde o ser humano está chegando, não tem barreiras morais por questões econômicas", comentou.

A família de Sevilha deve se pronunciar somente após o final do inquérito com o depoimento dos suspeitos em Maringá.

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