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Curitiba

Prisão de acusado de pedofilia movimenta investigação do caso Rachel

Material genético do preso foi colhido para confronto com o que foi encontrado no corpo da menina, que foi violentada e morta em novembro de 2008. Sesp afirma que procedimento é padrão

O corpo de Rachel Genofre, de 9 anos, foi encontrado dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, em novembro de 2008 | Reprodução
O corpo de Rachel Genofre, de 9 anos, foi encontrado dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, em novembro de 2008 (Foto: Reprodução)

A prisão de um homem no domingo (23) à noite, no bairro Uberaba, está movimentando as investigações sobre o assassinato da menina Rachel Genofre, de 9 anos, que foi encontrada morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, em novembro de 2008. Foragido da Justiça de Minas Gerais, o preso, acusado de pedofilia, teve o material genético colhido pela polícia para ser confrontado com o que foi encontrado no corpo da menina, que teria sido violentada antes de ser executada.

As informações são da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). A Sesp afirma, entretanto, que não há outros indícios de que ele seja o responsável pela morte da menina além do fato de ser acusado de pedofilia. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o procedimento de coleta de material tem sido adotado para todos os presos com suspeita ou acusação de pedofilia desde o início das investigações sobre o caso Rachel.

Na manhã de segunda-feira (24), o suspeito deu entrada no Centro de Triagem II, em Piraquara, onde se encontra até esta sexta-feira (28). A reportagem entrou em contato com o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, que está investigando o caso, mas foi informada de que os policiais não tem autorização para repassar informações.

No blog que mantém na internet, Michael Genofre, o pai da menina, disse que até que saiam os exames que confirmem a participação do preso no crime, ele nada tem a ver com o caso. O pai da menina afirmou que o detido não é conhecido da família. "Não tenho nenhuma relação com o suspeito em questão, sequer o conheço", escreveu.

Michael Genofre afirmou que ainda espera Justiça no caso. "Minha família e eu queremos o quanto antes a prisão do responsável, mas dentro de evidências científicas e através de um julgamento correto da Justiça brasileira".

Relembre o caso

Rachel desapareceu no dia 3 de novembro de 2008, quando saiu do Instituto de Educação, no Centro de Curitiba, onde estudava. A menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento estava sendo investigado desde o dia do sumiço pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).

Na madrugada do dia 5, o corpo da menina foi encontrado dentro de uma mala que estava embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual da Rodoferroviária de Curitiba. O corpo estava inteiro, ainda com a camiseta do uniforme do colégio e apresentava sinais de estrangulamento. Médicos do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que a menina sofreu violência sexual.

O crime chocou Curitiba. Rachel cursava a 4ª série e em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Em 2008, recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.

Três dias depois da tragédia, o ex-presidiário Jorge Luiz Pedroso Cunha, de 52 anos, foi preso em Itajaí, Santa Catarina, considerado pela polícia suspeito do assassinato de Rachel. Resultado de exames de DNA, entretanto, descartaram o envolvimento de Cunha na morte da menina. Ele permaneceu preso, entretanto, por conta de outro crime, de atentado violento ao pudor contra uma criança de 6 anos, ocorrido em 2007, o qual teria confessado, segundo a Sesp.

O caso passou a ser investigado por uma equipe do Cope, e dezenas de suspeitos já foram descartados desde então. Após a repercussão do crime, a Urbanização de Curitiba S.A.(Urbs)instalou câmeras de segurança na rodoviária de Curitiba. Na época em que a menina foi encontrada, a falta dos equipamentos foi apontada como um dos empecilhos para elucidar o caso.

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