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Em vermelho, a cidade de Tupãssi que tem menos de 10 mil habitantes | Reprodução Ipardes
Em vermelho, a cidade de Tupãssi que tem menos de 10 mil habitantes| Foto: Reprodução Ipardes

Números mostram evolução também na qualidade

Mais do que as publicações, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) viu o número de citações crescer vertiginosamente em dez anos. De acordo com os dados da Web of Science, base de dados utilizada por pesquisadores de todo o mundo, em 1996, foram 258 referências a trabalhos produzidos por pesquisadores da UFPR. Em 2006, foram contabilizadas 3.727 – um número 14 vezes maior.

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Em dez anos (1996–2006), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) subiu cinco posições no ranking das universidades brasileiras com maior produção científica no país, passando da 16.ª colocação para a 11.ª. O crescimento no número de publicações de pesquisas foi de 293%. É o que mostra um estudo feito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do governo federal, a partir da base internacional de dados da Web of Science.

Além da UFPR, outras seis universidades paranaenses aparecem no ranking: a Universidade Estadual de Maringá (UEM), na 20.ª posição; a Universidade Estadual de Londrina (UEL), na 29.ª; a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), na 65.ª; a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na 73.ª posição; a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), na 75.ª posição; e a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), na 99.ª posição. Destas, a UEM e UEL também apresentaram um grande avanço desde 1996, com 377% e 546% de aumento de produção científica, respectivamente. As outras universidades paranaenses não apareciam no levantamento anterior da Capes, feito em 1996.

A tendência de crescimento é nacional: em 25 anos, o país passou de 0,48% para 1,92% do total da produção mundial de conhecimento, chegando a 15.ª posição no ranking mundial. Dentro do país, as instituições que estão entre as primeiras colocadas tiveram todas crescimento superior aos 100% no período de dez anos. A UFPR, porém, teve o segundo maior porcentual, perdendo apenas para a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que obteve um aumento de 379% em trabalhos publicados (veja gráfico).

Ciência

Os números da Capes colocam a UFPR entre as grandes instituições produtoras de ciência do país. "Antes a UFPR tinha ilhas de pesquisa, hoje é um mar inteiro de pesquisas", brinca o coordenador de Pesquisa da UFPR, Ney Pereira Mattoso Filho. De acordo com o estudo, em 1996, a UFPR publicou 121 trabalhos. No ano passado, este número foi quase quatro vezes maior: 475.

A pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da UFPR, Maria Benigna, diz que esses resultados começaram a ser desenhados no início da década de 90, quando se passou a investir na qualificação docente. "Tudo isso é fruto da política de contratação adotada, que passou a priorizar concursos na categoria de professor adjunto com exigência de titulação de doutor", explica. Em 1990, apenas 20% dos professores eram doutores. Hoje, os doutores são 59% do corpo docente – 1.067 em números absolutos.

O número de bolsistas da CNPq também aumentou nos últimos cinco anos, passando de 120, em 2002, para 189, em 2006. Segundo a pró-reitora, trata-se de um círculo virtuoso: com mais doutores no corpo docente, houve a expansão no sistema de pós-graduação, com o aumento de 40% na oferta de mestrados e de 60% na de cursos de doutorados, de 1999 para 2006. Só no ano passado, a UFPR titulou 735 mestres e 175 doutores.

Ritmo continua

Mesmo com todos esses números em mãos, a UFPR não tinha idéia da sua posição em comparação com as instituições de ensino superior de todo o país. O quadro só ficou claro depois que a Capes divulgou o estudo. "Sabíamos que nossa produção científica havia crescido, mas não tínhamos idéia da nossa colocação e do tamanho desse crescimento. A 11.ª posição entre as que mais publicaram é bastante honrosa", afirma Maria Benigna.

Segundo a pró-reitora, a expansão continua. No ano passado, a UFPR ofertou 30 doutorados e 52 mestrados. Para este ano, somam-se mais dois doutorados e um mestrado. A quantidade de grupos de pesquisas também vem crescendo no mesmo ritmo. Em 2002, era 246. Em 2006, este número subiu para 338.

Dentre as áreas que possuem mais tradição em pesquisa na UFPR estão, segundo a pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação, a Bioquímica, a Genética e a História. Áreas como a Biologia Molecular e a Física estão em fase de consolidação. Outras, ainda, como a Botânica e as engenharias iniciaram um processo de crescimento nos últimos anos.

Mesmo com os bons resultados, há desafios pela frente. "Temos de criar critérios para a associação a parâmetros de qualidade e de otimização da produção científica", afirma Mattoso Filho.

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