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Antissemitismo

Professora é acusada de fazer gesto nazista durante aula com aluno judeu presente

Universidade Presbiteriana Mackenzie
Estudante judeu que estava na sala conta que a docente mencionou a “maldade da religião de Israel” antes de fazer o gesto nazista (Foto: Reprodução/Instagram/Ladylaw)

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A ação de uma professora de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, revoltou estudantes da disciplina de Direito do Consumidor na última terça-feira (26).

Segundo relatos dos alunos à reportagem, a docente doutora em Direito Político e Econômico e consultora jurídica em Direitos Humanos teria culpado os judeus pelas guerras do século XX e feito, por mais de uma vez, a saudação nazista (com o braço esticado e a palma estendida para baixo). Um estudante judeu que estava presente deixou a sala de aula.

“Não entendi o motivo de ela estar falando aquilo em uma aula de direito do consumidor”, disse em vídeo publicado pelo canal Lady Law. Na entrevista, o rapaz citou falas da professora que apontariam a “maldade da religião de Israel” e afirmariam que banqueiros judeus teriam financiado a Primeira Guerra Mundial.

“Logo depois, começou repetidas vezes a fazer a saudação nazista”, relatou o estudante, único judeu em uma sala de aula com aproximadamente 50 alunos.  “Eu saí correndo, desesperado, sem rumo”, disse. “Parece muito surreal que esse ódio continue existindo”, alertou.

Colegas do estudante logo se manifestaram em mensagens privadas enviadas ao jovem e em grupos no WhatsApp a reportagem teve acesso às mensagens (imagem abaixo). “Todo mundo da sala ficou chocado”, disse uma aluna. “Que coisa horrorosa, que aula horrível”, continuou outra, ao citar a ação da professora. “Ela fez aquela saudação nazista, sabe?”.

À Gazeta do Povo, a advogada que administra o canal Lady Law afirmou ter entrado com representação contra a professora no Ministério Público (MP) para informar o crime.

“Espero profundamente que todas as testemunhas presenciais sejam ouvidas em ambiente judicial seguro, sem sofrer ameaças por falar, e que a professora responda criminalmente por seus atos”, aponta a advogada, ao referir-se à situação como “caso assombroso de antissemitismo realizado publicamente dentro de uma universidade”.

Mackenzie publicou nota contrária a ações discriminatórias, mas apagou

Após a repercussão do ocorrido, a Universidade Mackenzie se manifestou em seu perfil no Instagram. Na postagem (imagem abaixo), a instituição disse que "não coaduna com atitudes preconceituosas, discriminatórias e que não respeitam os direitos humanos". A publicação afirmava ainda que "o caso já está em apuração pelos órgãos competentes da instituição". No entanto, a publicação foi deletada em seguida.

A Gazeta do Povo entrou em contato com a universidade nesta quarta-feira (28). Em nota, a instituição afirma que "o caso está sendo apurado pelos órgãos competentes" e que "se manifestará após a análise criteriosa dos fatos e a escuta das partes envolvidas".

Em relação à postagem em suas redes sociais, informa que redirecionou o conteúdo publicado para ser usado como resposta às interações sobre o assunto. A manifestação está na área de comentários.

"A instituição reitera que não tolera quaisquer atitudes preconceituosas, discriminatórias ou que atentem contra a dignidade do ser humano", finaliza.

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