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Assembleia dos professores realizada na Vila Capanema em 2015 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo/Arquivo
Assembleia dos professores realizada na Vila Capanema em 2015| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo/Arquivo

Professores de todo o Paraná se reúnem nesta quarta-feira (12), feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, em Curitiba, para decidir se entram ou não em greve nos próximos dias. A paralisação será votada durante assembleia organizada pela APP-Sindicato, sindicato que representa a categoria. A reunião está prevista para começar às 8h30, na sede social do Paraná Clube, na Avenida Kennedy.

Segundo o secretário de Comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues, embora ainda não haja um levantamento de quantos profissionais devam viajar até Curitiba para participar da assembleia, a expectativa é de que a adesão à mobilização seja positiva. “Temos professores inscritos do estado inteiro, além de demais funcionários de escolas. É importante a participação deles porque as definições são feitas com base na categoria, não na direção”, assinala Rodrigues. No ano passado, recorda ele, os professores chegaram a lotar o estádio de futebol da Vila Capanema, em assembleia realizada após os acontecimentos de 29 de abril.

A decisão pela greve seria uma resposta à proposta do governador do Paraná, Beto Richa, de suspender por tempo indeterminado o reajuste de todo o funcionalismo público estadual. Conforme o governo, a data-base deve ser quitada depois que todas as promoções e progressões devidas sejam implantadas e pagas no estado. No ano passado, Richa já havia se comprometido a pagar integralmente a inflação de 2016 aos servidores em 2017.

“O indicativo de greve já foi aprovado no último conselho estadual. A assembleia pode agora referendar isso ou não. O clima é que seja referendado”, observa o secretário de Comunicação da APP-Sindicato.

Caso os professores optem pela greve, as atividades nas escolas devem ser paralisadas a partir do próximo dia 17, próxima segunda-feira. Neste dia, deve haver debate dos educadores junto a lideranças estudantis, comunidade escolar e autoridades locais. O objetivo é explicar os motivos da greve e tentar mobilizar a sociedade para a defesa de uma educação pública de qualidade.

Governo diz que não há motivo para greve nas escolas e nas universidades

De acordo com o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, não há motivo para paralisação. Ele afirmou que já foi solicitado ao líder do governo na Assembleia Legislativa para que retire o projeto sobre o reajuste do funcionalismo até que a questão seja debatida. No dia 19, haverá um fórum para exposição da proposta. “Só depois a questão será encaminhada. Então, não há motivo para a greve”, disse.

Na visão de Rossoni, a greve nas universidades estaduais também não teria sentido ainda. Ele observa que, “enquanto outros estados estão lutando para pagar a folha de pessoal do mês, aqui no Paraná estão fazendo greve pelo salário do ano que vem”. “Se greve trouxesse receita, nós seríamos favoráveis. Mas precisamos trabalhar com a realidade do país”, argumentou.

Com relação às mudanças propostas pelo governo federal para o ensino médio, a MP 746, o chefe da Casa Civil afirmou o Paraná não vai implantar tais medidas. Segundo ele, a opinião da população sobre o assuntos será ouvida em seminários a serem realizados nos 32 núcleos regionais de educação. Na sequência, o governador Beto Richa deverá levar estas informações para o Ministério da Educação. “Não trabalhamos com reintegração de posse. Queremos negociar através do diálogo, tentando desocupar escolas, explicando que é final de ano letivo e que os espaços precisam ser liberados”, afirmou Rossoni. Até a noite de terça, 180 escolas estavam ocupadas por alunos contrários à medida provisória.

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