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Cerca de 30% dos 9,5 mil detentos do sistema prisional paranaense estudam. De acordo com levantamento do Ministério da Justiça, a média nacional é de apenas 17%. O bom desempenho foi alcançado graças a uma antiga parceria entre as secretarias de Estado da Educação e da Justiça – modelo que só agora ganha impulso nas demais regiões do Brasil por intermédio do programa federal Educando para a Liberdade.

Apenas no Complexo Penitenciário de Piraquara – formado por seis unidades – são aproximados 1.830 alunos, divididos em 61 turmas. A maioria é da colônia, onde o Ceebja Mário Faraco funciona em três turnos. No feminino, a estimativa é que metade das 300 condenadas freqüentem as aulas. A porcentagem diminuiu nos demais setores, chegando a 10% na PCE, na qual as cinco salas-celas têm capacidade para 25 alunos cada e funcionam em dois períodos. Dos 1,5 mil presos, 150 vão às aulas. A cada 18 horas de aula há diminuição de um dia de pena, se o curso for concluído.

Onde o regime é fechado – como na PCE e na CDR – o encontro de professores e alunos tem lances cinematográficos. Além das mil e uma medidas de segurança para entrar, as salas de aula são celas, dotadas de uma área protegida para o professor. Ele dá aulas de frente para uma grade.

A diretora do Ceebja Rosemari Pietrochinski e a vice Nelma Sequineli lembram que é quase impossível fazer estatísticas exatas sobre os alunos, já que a rotatividade é grande. Elas estimam haver 150 analfabetos nas unidades que atendem. Ano passado, em todo o estado, esse número era 649. O que mais lhes chama atenção é o perfil das novas levas – são cada vez mais jovens e mais envolvidos com o tráfico, como confirmam os dados da Secretaria de Estado da Justiça. (JCF)

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