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Ônibus danificado durante protesto contra o aumento da passagem. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Ônibus danificado durante protesto contra o aumento da passagem.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O protesto contra o aumento no valor da tarifa de ônibus em Curitiba que terminou com oito pessoas detidas na noite de segunda-feira (6) deixou um rastro de estragos na região central da cidade e um prejuízo de aproximadamente R$ 2,5 mil ao transporte coletivo. Além de depredações em prédios particulares e públicos, ônibus e estações-tubo foram alvos de mascarados que se infiltraram entre os manifestantes.

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Em balanço final divulgado na manhã desta terça (7), a empresa apontou três vidros quebrados na Estação Central e na estação-tubo Praça Carlos Gomes. Também no ponto da Carlos Gomes foram quebrados três suportes de validadores de cartão transporte - e não quatro, como anunciado anteriormente - e o portão que facilita acesso a cadeirantes.

Protesto contra o aumento da passagem de ônibus em Curitiba é marcado por atos de vandalismo

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Ao todo, dois ônibus foram pichados e precisaram ser recolhidos para limpeza. Eles foram substituídos.

Segundo a Urbs, o valor estimado de prejuízos não sairá diretamente dos cofres públicos, uma vez que tais gastos já estão previstos em contratos mantidos com empresas de manutenção.

O comércio e agências bancárias também tiveram prejuízos. Vários muros amanheceram pichados com palavras de ordem dos manifestantes contra o prefeito Rafael Greca (PMN). Em pelo menos cinco agências bancárias o dia foi de limpeza dos cacos de vidros das fachadas quebradas por manifestantes.

Equipes da Polícia Militar usaram bombas de efeito moral para conter manifestantes. Na altura da Avenida Sete de Setembro , equipes da corporação passaram a agir com mais força e também lançaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar o grupo. De acordo com a PM, a ação teve início por causa da atividade de black blocs infiltrados no protesto e dos atos de vandalismo praticados por eles.

Apesar das pichações e da ação da PM, outra parte dos manifestantes pedia que o protesto seguisse de maneira pacífica, apenas com cartazes e palavras de ordem contra o prefeito Rafael Greca (PMN) e a Urbs. Em muitos momentos, pessoas do próprio ato tentavam impedir a ação dos vândalos.

Muro pichado após protesto de segunda-feira.Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Cobradora ferida

Em das estações-tubo da Carlos Gomes, uma cobradora chegou a se ferir levemente quando um grupo de 20 mascarados invadiu o tubo onde ela estava. Ela foi ameaçada e obrigada a liberar a catraca. “Eles chegaram me mandando liberar a catraca e sair”, contou. “Disseram que, se não saísse, as coisas iam complicar”.

A cobradora relatou que, quando se levantou para obedecer ao grupo, foi empurrada e bateu o braço na estrutura da estação. Na manhã desta terça-feira (7), a Urbs confirmou a ocorrência e reafirmou que a trabalhadora foi atendida ainda no local. Na Estação Central, um grupo de manifestantes permitiu que passageiros entrassem sem pagar passagem por alguns minutos.

Passagem mais cara

O novo valor da passagem de ônibus em Curitiba passou a valer nesta segunda-feira (6). A tarifa custava R$ 3,70 e subiu para R$ 4,25.O reajuste pegou muita gente de surpresa e causou indignação.

Com o novo valor, Curitiba passou a ser a capital com o transporte público mais caro do Brasil, superando, inclusive, o que é pago por passageiros de São Paulo, Rio de Janeiro e até mesmo de Belo Horizonte, que liderava a lista até então, onde a passagem custa R$ 4,05.

O reajuste de 14,9% na tarifa de ônibus de Curitiba aplicado pela nova gestão Rafael Greca foi mais do que o dobro da inflação acumulada no período fiscal do setor – que é medido entre março a fevereiro. Projeções econômicas indicam que o INPC desse período para 2017 não ultrapassará 6%. Além disso, essa nova tarifa de R$ 4,25 diminuiu o poder de compra em relação ao salário mínimo vigente no país. Até o ano passado, um salário mínimo comprava 237 passagens. Agora, comprará 220.

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