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Brasília – O PSOL estuda pedir a abertura de mais um processo contra o presidente licenciado do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por ter elaborado uma emenda parlamentar que permitiu o repasse de R$ 280 mil a uma empresa fantasma. "O fato reproduz a perfeita e criminosa triangulação do parlamentar com a empresa e o Executivo liberando o recurso público. A denúncia mostra tráfico de influência, exploração de prestígio, intermediação de interesse privado, corrupção, com pagamento de propina e formação de quadrilha", sustenta a presidente nacional do PSol, Heloísa Helena, adversária de Renan em Alagoas.

Segundo Heloísa, o ideal seria que um dos relatores de processos abertos contra ele no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado "incorporasse" a nova denúncia. "Se não for possível, o PSol terá de cumprir sua obrigação e protocolar nova representação", diz. Relator no Conselho de Ética do processo que investiga se Renan teria usado laranjas para comprar empresas de comunicação, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) defendeu a abertura de uma nova representação contra o presidente licenciado do Congresso. "A denúncia tem elementos com o nome de pessoas, de empresas e valores", observa Peres. Segundo ele, a incorporação da denúncia a um processo em andamento depende de parecer do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO). "Nada impede que a denúncia seja incorporada a um dos processo em andamento. Mas a prática no Senado tem sido que as denúncias tenham relatores individuais. Competirá ao presidente do conselho decidir isso", argumenta.

Provas

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que a nova denúncia "agrava ainda mais a situação de Renan Calheiros". Na avaliação de Torres, porém, a cassação de Renan será muito mais uma "questão opinativa" do que de apresentação de provas contra ele. "O que vamos ver agora é se o Senado quer ou não quer ficar com Renan. Se ele tiver de perder o mandato, isso ocorrerá na votação do primeiro processo que chegar ao plenário", afirma. A oposição tem insistido que a saída de Renan da presidência alivia a tensão que marcou os últimos três meses do Senado, mas não assegura a preservação do mandato. "Há um movimento dos aliados para evitar a cassação do mandato, mas há também o movimento contrário, do Fora Renan", diz o senador do DEM. O Conselho de Ética prepara a agenda para os processos que tramitam contra Renan Calheiros. Amanhã, os parlamentares se reúnem para definir um cronograma nos trabalhos.

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