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Mesmo com a nova acusação de espionar adversários pesando sobre Renan Calheiros (PMDB-AL), o convertido Aloízio Mercadante (SP) ainda é voz isolada entre os petistas na pregação pública contra o presidente do Senado. Embora existam na bancada pelo menos outros quatro favoráveis ao afastamento, eles evitam se manifestar (com exceção de Eduardo Suplicy, ainda assim mais discreto do que Mercadante). O vice-presidente Tião Viana (AC) é a encarnação do dilema do partido: embora nos bastidores defenda que Renan deixe o cargo, prefere não se expor, já que herdaria a cadeira. Enquanto o PT permanecer majoritariamente adepto da "disciplina partidária" de boas relações com o PMDB, pautada por Ideli Salvatti (SC), Renan mantém as chances de se segurar.

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Ufa! – Hoje, enquanto colegas farão ato contra Renan, Tião Viana estará em agenda com o ministro da Educação, Fernando Haddad, no Acre. Cansei – De Wellington Salgado (PMDB-MG), mais vistoso membro da tropa de choque de Renan, sobre a acusação de espionagem: "Acredito na presunção da inocência, mas, se aconteceu, é lastimável". E sobre a base de apoio ao presidente do Senado: "Já estou sem forças. Se o PT não se porta como governo, não posso brigar sem exército". Brevê – Chiquinho Escórcio, o assessor que teria coletado informações para constranger adversários de Renan, foi visto dias atrás no plenário descrevendo ao telefone avião supostamente comprado por Marconi Perillo (PSDB-GO). Bombril 1 – Escórcio tem mil e uma utilidades. Dias antes do julgamento de Renan, foi até Mão Santa (PMDB-PI) para pedir "compreensão", já que o senador foi cassado em 2001 por crime eleitoral. Bombril 2 – Escórcio percorreu várias cidades do Maranhão logo após estourarem as denúncias contra o governador Jackson Lago (PDT), adversário do clã Sarney, na Operação Navalha. Tentava convencer pessoas a testemunharem contra o governador. Inquisição – Kátia Abreu (DEM-TO) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) seriam os próximos oposicionistas do Senado ameaçados com dossiês. Focos de incêndio – E, para colocar ainda mais lenha na fogueira do Senado, Valter Pereira (PMDB-MS), artífice da rebelião dos "franciscanos" e depois vetado para o cargo de relator da CPI das ONGs, promete sair atirando em discurso hoje na tribuna.

Som local – O senador Mário Couto (PSDB), rival da governadora Ana Júlia (PT), foi à tribuna vociferar contra a contratação de músicos cubanos, por R$ 126 mil, para feira cultural no Pará: "Chame a banda Calypso", sugeriu. Veja bem – O governador Paulo Hartung nega ter orientado a bancada capixaba a votar contra a CPMF por "ciúme" da boa relação entre Lula e seu colega de PMDB Sérgio Cabral. "Para nós é fundamental que o governo federal invista no Rio. Qualquer problema lá rebate aqui, e o Rio é uma vitrine do Brasil", diz. Rédea solta – De acordo com o rodízio de ministros do Supremo no TSE, estarão no tribunal eleitoral, em 2010, Joaquim Barbosa (como presidente), Eros Grau (até agosto, quando completará 70 anos) e Ricardo Lewandowski. Os três ministros votaram contra a fidelidade partidária. Caso sério – Para o tesoureiro petista, Paulo Ferreira, o fato de diretores de estatais aparecerem no topo da lista de maiores doadores da sigla no ano passado é "natural". "São pessoas que morrem de amor pelo PT", explica. Outro lado – Assessores do prefeito de Jundiaí, Ary Fossen, divergem de dirigentes do PSDB paulista sobre sua situação eleitoral. Apresentam pesquisa de maio em que ele recebeu 45% de ótimo/bom.

TIROTEIO

* Do líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), sobre o fato de diretores de estatais encabeçarem a lista de doadores da sigla em 2006:

– Petistas são estrategicamente colocados nos cargos de alto escalão para transformar o dinheiro público em recurso privado.

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