• Carregando...

A promotora de Justiça Aline Zurca Zavaglia afirmou na tarde desta segunda-feira (7) que os agenciadores suspeitos de vender contratos ilegaisde trabalho encontraram uma brecha na legislação americana para aumentar o número de vagas de trabalhadores brasileiros temporários e assim ficar com parte do dinheiro pago por esses contratos. Onze pessoas foram presas por suspeita de participar do esquema. Sete réus, do total de 18 no processo, estão foragidos. "Apenas um [dos foragidos] é cidadão americano. Os outros são brasileiros", informou Aline, durante coletiva no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.

O Consulado havia informado anteriormente que eram 19 os mandados de prisão.

De acordo com a promotora, o Congresso norte-americano prevê que existam vagas para trabalho temporário a estrangeiros. No entanto, os agenciadores aumentavam esse número de postos para ficar com o dinheiro dos candidatos excedentes. Eles se aproveitavam de uma fiscalização falha (a checagem de vagas oferecidas nos EUA não era feita adequadamente).

"Descobriram um vácuo na legislação, uma forma de contornar o número de vagas", contou a promotora. Segundo ela, os agenciadores usaram diversos nomes para burlar a investigação. "No Brasil, seriam umas 20 ou 30 empresas e nos Estados Unidos, umas 40 ou 50."

A investigação foi uma parceria das autoridades americanas e brasileiras. A operação foi batizada de Anarquia. Estima-se que 4.500 moradores do Brasil foram vítimas do esquema fraudulento, que prometia colocação no mercado de trabalho americano mediante pagamento de um contrato de até US$ 15 mil.

"A expectativa do trabalhor era de ganhar US$ 15 por hora em um contrato de 6 a 9 meses. Só que, quando tinham um trabalho, ganhavam US$ 6. Era menos da metade", explicou Aline, que integra o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual de Guarulhos.

Brasileiros que foram vítimas do esquema podem entrar em contato com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos, na Grande São Paulo, através do e-mail gaeco.guarulhos@mp.sp.gov.br.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]