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O economista Lucas Dezordi teve o carro arrebatado por bandidos em frente de casa: assalto à mão armada | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
O economista Lucas Dezordi teve o carro arrebatado por bandidos em frente de casa: assalto à mão armada| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Preferência

Modelos populares ou de luxo são os mais visados pelos bandidos

Carros como os Fiat Stilo e Punto, e o Peugeot 307 têm índice de frequência de furto ou roubo superior a 1% – e custam mais de R$ 40 mil, em média. Outros modelos visados são os populares, caminhonetes, SUVs e sedans.

De acordo com o delegado Renato Bastos Figueiroa, os veículos populares são os mais visados em Curitiba porque representam a maioria na frota. No entanto, o delegado alerta que veículos de luxo estão sendo roubados na capital por dois motivos: reposição de peças, para carros importados, e revenda depois de adulteração. Nesse caso, o alerta é de que não adianta verificar apenas a placa do veículo, normalmente clonada: é preciso checar o chassi. Esses veículos normalmente são revendidos por um preço muito abaixo do mercado, o que indica a fraude. "A grande maioria das pessoas sabe que está comprando um veículo com algum problema. Elas podem ser até presas por isso", diz.

Furto encarece cálculo do valor do seguro

A incidência de furtos e rou­­bos de veículos influencia no cálculo do preço do se­­­guro. Segundo dados da Con­­federação Nacional das Empresas de Seguros Ge­­rais, Previdência Privada e Vi­­da, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), esses índices têm aumentado em todas as capitais. Em Curitiba, a quantidade de casos cresceu 11,06% em 2012. Por outro lado, o número de carros segurados recuperados também aumentou: foram 3.520 em 2011 contra 3.843 em 2012.

O presidente da Co­­mis­­são de Seguro de Trans­­por­­tes da CNSeg, Fer­­nando Chea­­de, explica que, para formular o preço do seguro, as empresas levam em consideração fatores como riscos de colisão, alagamento, incêndio, roubo e furto. A lógica é simples: maior risco tem a maior taxa e consequentemente o maior preço. "Se determinado modelo é mais atrativo para roubo, é possível que aquele modelo sofra piora na avaliação do risco. Se a frequência diminuiu, o preço vai sofrer redução", explica. Essa análise ainda leva em conta as regiões da cidade por onde o segurado circula.

Prevenção

O que você faz para não expor seu carro a bandidos? Quais bairros ou regiões são mais perigosos em sua opinião?

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Quatro dos 75 bairros de Curitiba concentraram quase 25% do total de furtos e roubos de veículos na capital em 2012. Água Verde, Centro, Sítio Cercado e Portão tiveram 2.184 carros levados por assaltantes no ano passado, o que representa 23% das 9.434 ocorrências registradas. Levantamento elaborado pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape), da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), mostrou que de 2011 para 2012, o número de veículos furtados e roubados cresceu 9,22%. O documento mostra que esse tipo de ocorrência cresceu em 48 bairros da capital, diminuiu em 26 e se manteve estável em um.

INFOGRÁFICO: Confira a distribuição dos furtos e roubos de veículos em Curitiba

Os bairros com mais ocorrências se repetem nos últimos dois anos: além dos quatro citados, CIC, Pinheirinho, Boqueirão, Hauer e Rebouças também aparecem com frequência no ranking. Apesar dessa alta, a Sesp destaca que a quantidade de carros recuperados também aumentou: foram 4.122 veículos resgatados em 2011 contra 5.293 no ano passado (28,4% a mais).

Segundo o delegado Renato Bastos Figueiroa, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba, esse tipo de crime costuma "migrar" pelos bairros, por isso há uma variação a cada ano entre os locais mais ou menos visados. "Os marginais são oportunistas e agem onde encontram mais facilidade."

O Água Verde, que lidera o ranking nos dois anos, é procurado pelos bandidos por ser um bairro residencial e pacato. Por outro lado, a CIC apresentou uma redução significativa: caiu de 427 para 341. Para Figueiroa, a redução está diretamente ligada à instalação de cinco Unidades Paraná Seguro (UPS) no bairro.

Em queda

O primeiro bimestre de 2013 registrou queda de 16% nas ocorrências de furtos e roubos de veículos na comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, houve aumento no número de prisões e de veículos recuperados. Para manter esses índices, Figueiroa aposta em um trabalho conjunto entre a inteligência da Polícia Civil, o trabalho ostensivo da Polícia Militar e o poder de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, parceira na recuperação de veículos.

Os motoristas também podem colaborar na prevenção aos crimes. Para tentar evitar furtos, a orientação da polícia é de que os carros não sejam deixados estacionados em ruas com pouco movimento. No caso de roubos (quando há ameaça à vítima), é preciso redobrar a atenção ao entrar e sair do veículo e de casa. Também não é recomendado ficar parado dentro do veículo. Em caso de roubo, o registro rápido da ocorrência é determinante para a recuperação do carro. "Quanto mais rápido o alerta, mais fácil de recuperar", afirma Figueiroa.

Ladrões aproveitam segundo de distração

Poucos minutos são necessários para que um carro seja alvo de la­­drões em Curitiba. Estacionar em um local ermo ou um momento de distração dentro do veí­­culo são as deixas para que os bandidos ajam. O economista Lucas Dezordi passou por isso quando parou em frente ao prédio onde mora para buscar um celular em casa, no bairro Mossunguê. Ele e a mulher foram assaltados à mão armada por dois rapazes jovens que estavam parados na esquina. Eles deram voz de assalto quando viram o economista voltar ao carro. O crime foi no último dia 7, às 9h30. Os bandidos levaram carteiras e celulares, além do veículo, um Mégane, em uma ação rápida.

O mesmo ocorreu com a psicóloga Megumi Tokudome. No dia 29 de janeiro, por volta das 20 horas, ela deixou o carro estacionado na frente do prédio de uma amiga, que fica nas proximidades do cruzamento das Ruas Mateus Leme e Napoleão Lopes, no Centro. Quando voltou para pegar o carro e ir embora, perto das 22 horas, o SpaceFox não estava mais lá. A ação dos bandidos foi registrada por câmeras do prédio: eles precisaram de um minuto e quarenta segundos para levar o carro. "Duas pessoas se aproximaram e abriram o capô, entraram pela porta do passageiro e saíram com o carro. O alarme não tocou." Tanto Dezordi quanto Me­­gumi registraram boletins de ocorrência prontamente, mas seus carros não foram recuperados.

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