Quatro estudantes que estavam isolados em parque de SC voltam para Curitiba

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Quatro dos 40 estudantes do Colégio Estadual do Paraná (CEP), que estavam isolados com outros 600 turistas no Parque Aquático Cascanéia, no município de Gaspar, em Santa Catarina, conseguiram voltar para casa na noite de segunda-feira (24). Por conta das fortes chuvas e quedas de barreiras, eles aguardavam desde sábado (22) pelo retorno. Os alunos caminharam por uma trilha no meio da mata até chegar na BR-470, antes da interdição, onde o pai de um dos alunos aguardava, de carro, para trazê-los para Curitiba.

Outros 30 estudantes do colégio, além dos alunos de outras duas escolas de Curitiba continuam no parque. "O pessoal já não está mais dormindo nos ônibus, já conseguiram acomodação e resolveram esperar o tempo melhorar", conta Richard Mölleken, de 17 anos, um dos alunos do CEP que conseguiu voltar para casa. "A gente resolveu voltar porque vimos que um grupo de 20 turistas ia fazer a trilha para pegar um microônibus também na BR. Um colega conseguiu falar com o pai dele, que disse que estava indo nos buscar".

Marcelo Delazari, que foi de carro buscar os estudantes, contou ao telejornal Bom Dia Paraná, da RPC TV, que precisou de ajuda dos bombeiros para encontrar os alunos. "O coronel colocou um batedor para me conduzir até lá, porque estava bem difícil de chegar ao lugar", disse. "Enquanto isso, eles vieram pelo meio do mato".

Mölleken conta que o caminho por onde os alunos passaram é bastante perigoso. "Passamos por 15 minutos às margens de um rio, que tinha pontes de madeira improvisadas, por onde só passava uma pessoa de cada vez", lembra. "Se chovesse e o rio subisse, não tinha como atravessar", afirma. Segundo ele, outros grupos de turistas também faziam o caminho ainda na segunda-feira. "Quando saímos devia ter umas 400 pessoas ainda, mas não sei se depois teve mais gente que saiu", diz.

O Corpo de Bombeiros também não soube informar o número de pessoas que ainda está no local, mas informa que a situação não é preocupante. "Todos estão com alimentos, medicamentos, acomodações e água potável", diz o major Flávio Graff, relações públicas do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. "Há muita gente saindo a pé, alguns contando com ajuda de veículos da prefeitura de Gaspar, mas não estamos controlando a saída das pessoas", afirma.

Segundo ele, ainda não há uma previsão para as rodovias BR-470 e SC-470, que dão acesso ao parque, serem liberadas. "Equipes do município de Gaspar estão trabalhando ininterruptamente na limpeza da BR", conta. "Mas as pessoas que estão isoladas lá estão confortáveis".

Cláudio Fagundes, pai da aluna do CEP Cláudia Poliana Fagundes, de 17 anos, que permanece no parque, acredita que agora só resta esperar. "Falei com a minha filha de manhã e ela disse que já estavam indo resgatá-los", conta. "Depois fiquei sabendo que o resgate havia sido cancelado", lamenta. "Mesmo assim, pelo menos na noite passada ela disse que já dormiu no alojamento e que há homens do exército por lá, então a situação é melhor". "Agora a questão é esperar".

Estudantes paranaenses

Cerca de 40, dos 600 turistas que ficaram isolados no sábado no parque, eram alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP), de Curitiba, e faziam parte da turma do 3º ano noturno do ensino médio da escola. Em nota, o colégio informou que "não organizou o passeio e por isso não pode responder por uma viagem particular dos mesmos".

Outras 42 pessoas, de 13 a 16 anos, são estudantes e funcionários do Colégio Estadual Padre Silvestre Kandora, também de Curitiba. Os alunos cursam da oitava série ao ensino médio na escola, segundo Cícero Donadeli, diretor do colégio. Donadeli disse que os adolescentes viajaram no sábado de manhã, acompanhados por dois professores e uma funcionária da escola. "Eles pretendiam retornar no mesmo dia, quando começasse a escurecer", contou.

O terceiro grupo é formado de estudantes do Colégio Roberto Langer Júnior, do bairro Boqueirão. Segundo a diretora da escola, Marilda Aparecida dos Reis Santos, 40 alunos do colégio estão no parque. A diretora afirma que já conversou com os pais e com funcionários da escola que estão acompanhando os estudantes. Todos estão bem e recebendo comida.

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