Atualizado em 20/12/2006 às 18h10
Depois de quase 24 horas de rebelião, os presos da Cadeia Pública de Foz do Iguaçu, Oeste do Paraná entregaram as armas e libertaram os reféns - entre eles um agente penitenciário. O motim terminou na manhã desta quarta-feira, com saldo de dois mortos e pelo menos 10 feridos. Ainda na noite de terça-feira, quando os presos encerraram as negociações com os policiais, os detentos disseram que iriam libertar os reféns nesta manhã. Por volta de 8h30, os presos entregaram três revólveres e uma pistola e libertaram os reféns.
Entre os mortos está o agente penitenciário Alcindo Jacinto Desidério, morto dentro da enfermaria da cadeia. O outro morto é um preso, ainda não identificado. O agente identificado apenas como Barbosa ficou por quase 24 horas sobre a mira de um revólver. Um terceiro agente, baleado durante o conflito, permanece internado em estado grave.
Os detentos se rebelaram por volta de 10h30 desta terça-feira depois de uma tentativa de fuga frustrada. De acordo com o secretário da Segurança Pública do estado, Luiz Fernando Delazari, os presos não fizeram reivindicações. "Eles (presos) queriam apenas fugir pela porta da frente", disse Delazari em entrevista à rádio BandNews.
Porém, sabe-se que uma das reclamações dos detentos seria a superlotação. A cadeia tem capacidade para 350 presos mas abriga quase 800. Sobre as armas no presídio, Delazari adiantou que já foi aberto um inquérito policial para investigar como os revólveres e a pistola chegaram aos detentos.
O delegado Luiz Alberto Cartaxo disse em entrevista ao Paraná TV que duas das quatro armas eram dos agentes carcerários e as outras duas entraram no presídio antes do motim. Cartaxo disse ainda que alguns presos poderão ser transferidos. "É possível em virtude da superloatação e para retirar da cadeia algumas lideranças", adiantou.
Na opinião do delegado, a rebelião se estendeu - por 22 horas - porque os presos queriam fugir e não estavam preparados para um motim.
O clima mais tenso foi no início da noite de terça-feira, quando policiais do grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão (Tigre) chegaram a iniciar uma invasão, mas acabaram desistindo.
Logo depois do fim da rebelião, a polícia iniciou uma revista minuciosa em todas as celas da cadeia e nos presos. Foram recolhidos vários estoques e celulares.
Londrina
Este é a segunda rebelião que estoutou nesta semana. Na segunda-feira, presos de Londrina fizeram quatro agentes penitenciários reféns. (Leia matéria completa)
Veja em vídeo o momento em que os presos retomam as negociações e a hora em que entregam as armas.Veja em vídeo como foi o fim de noite na cadeia.
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