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Os 30 alunos que ocupavam o prédio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde a tarde de sexta-feira, em protesto contra a reeleição do reitor Carlos Augusto Moreira Júnior, retiraram-se ontem pacificamente. Dessa forma, a Reitoria não precisou se valer do mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça Federal (JF) na terça-feira.

A retirada pacífica foi acordada em audiência na JF entre representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da Reitoria com o juiz Friedmann Wendap, que entendeu o movimento como de ordem política e não criminosa. No acordo, ficou acertado que os alunos não serão punidos pela ocupação – principal reivindicação dos manifestantes. Entretanto, um processo administrativo será aberto para apurar os distúrbios na ocupação de quarta-feira da semana passada, quando alguns vidros do prédio foram quebrados.

De acordo com o pró-reitor de Planejamento e presidente da comissão de desocupação da Reitoria, Zaki Akel Sobrinho, se o Conselho Universitário (Coun) constatar abusos dos manifestantes, os estudantes que forem identificados no tumulto poderão receber punição que vai de simples advertência até a expulsão. Além disso, uma comissão formada por dois alunos e dois servidores da universidade avaliará se houve algum dano ao patrimônio da Reitoria durante a ocupação.

Sobre a reinvindicação que iniciou o movimento dos estudantes – a conclusão da sindicância para apuração de supostas irregularidades na eleição do reitor – Akel afirma que as investigações prosseguirão. "Não interessa a ninguém que paire dúvidas sobre a legitimidade do pleito", ressalta o pró-reitor.

Os estudantes comemoraram o fato da Reitoria aceitar não punir os alunos que ocuparam o prédio. Além disso, segundo o coordenador-geral do DCE e estudante de Direito Bruno Meirinho, o fato da classe estudantil questionar o processo eleitoral, apontando supostas irregularidades, é um avanço. "O reitor tem dito que somos baderneiros, mas agora tem de reconhecer que somos um movimento político."

Sobre as supostas irregularidades no pleito, Meirinho afirma que o DCE pretende levar as acusações ao Ministério da Educação (MEC), que ratifica o nome do novo reitor. "Haverá uma desmobilização após o período de férias e aí retomaremos a discussão", informa.

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