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Instituto Lula preferiu não comentar o teor do relatório da Receita Federal. | Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas
Instituto Lula preferiu não comentar o teor do relatório da Receita Federal.| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas

‘perseguição’

O presidente do PT, Rui Falcão, disse na quarta-feira (28) que o filho do ex-presidente Lula sofre “perseguição inominável e inexplicável” em uma tentativa de atingir o PT, a presidente Dilma Rousseff e o próprio Lula. Ele culpa setores “da mídia, da oposição e –por que não?–do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do Judiciário”.

A declaração faz eco a um documento que está sendo produzido pela cúpula do PT em defesa do ex-presidente.

Relatório da Receita Federal que integra a Operação Zelotes afirma que anotações feitas pelo lobista Mauro Marcondes Machado, 79 anos, “revelam a existência de proximidade com o ex-presidente Lula”. O lobista é dono da Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Empresarial, que em 2014 repassou pelo menos R$ 1,5 milhão para a microempresa de marketing esportivo pertencente a um dos filhos de Lula, Luis Claudio Lula da Silva.

Para o Ministério Público Federal (MPF), o pagamento é “suspeito” porque a firma de Luis Claudio não tem nenhum funcionário registrado e o repasse coincidiu com uma série de recebimentos pela Marcondes, em um total de R$ 16 milhões, de duas empresas interessadas na renovação de uma medida provisória, em 2013, a MMC e a Caoa.

O relatório que cita Lula informa que fases anteriores da Zelotes apreenderam anotações em poder de Marcondes que são um “planejamento de contato telefônico e pessoal com ‘Lula’”.

Em um dos papéis, digitado em computador, denominado “Pendências dr. Mauro Marcondes”, de 16 de agosto de 2013, aparece a mensagem “Colocar Dr. Mauro em contato com o Presidente Lula. Instituto Lula”, e seguem os números telefônicos da entidade e de “Maria Clara”.

A mesma anotação menciona uma “reunião com Ministro Pimentel em Brasília”, para uma “apresentação Projeto ANIP”, uma provável referência à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, com a presença de três empresas do setor de fabricação de pneus. Em 2013, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio era Fernando Pimentel (PT), atual governador de Minas Gerais.

O mesmo relatório da Receita afirma que Marcondes tem “trânsito facilitado” com “outros agentes públicos, especialmente do Partido dos Trabalhadores”, o que poderia ser depreendido, segundo a Receita, de “uma lista em que consta o agendamento de reuniões” com Luiz Marinho (PT), então prefeito de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo; Antonio Palocci (PT-SP) e Aloizio Mercadante (PT-SP). Palocci foi ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma, e Mercadante é o atual ministro da Educação.

Ao final do relatório, a Receita sugeriu a quebra de sigilos bancário e fiscal de 22 empresas, incluindo a LFT Marketing, de Luis Claudio Lula, e de 28 pessoas, incluindo o ex-ministro e ex-chefe do gabinete pessoal de Lula, Gilberto Carvalho. Para as quebras serem ou não determinadas pela Justiça Federal, é necessário um pedido formal do MPF ou da Polícia Federal, o que não havia ocorrido até o início da noite.

O Instituto Lula informou que não vai comentar o relatório da Receita porque não teve acesso ao documento.

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