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Por trás da guerra entre facções nas favelas de Santa Teresa e Catumbi, que deixou seis mortos nos últimos dias, estão dois dos mais antigos e perigosos traficantes do Rio, que fugiram da cadeia após receberem o benefício da visita periódica ao lar. Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu da Mineira, de 42 anos, e Cláudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, de 44, condenados a 89 e a 54 anos, respectivamente, deixaram o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia, em 23 de agosto de 2013, com a obrigação de retornar sete dias depois. Mas eles nunca mais voltaram. Fu ficou 12 anos preso e Claudinho, oito. Segundo Beltrame, os dois foram se refugiar no Morro do Chapadão, em Costa Barros, porque a Mineira já tinha uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

“Fu da Mineira e Claudinho não querem reocupar o território (a Mineira), porque essa área nunca mais vai ser deles. Se eles entraram com cem homens, a gente vai estar com um número muito maior. O que eles tentam é tirar algumas pessoas que não são mais aliadas. O objetivo, enfim, é desestruturar o bando rival. Agora, temos que prendê-los de novo”, disse o secretário.

Na invasão ao Morro da Coroa, em Santa Teresa, na última sexta-feira, Fu teria matado o traficante Rodrigo Charada, preso em 5 de maio. Flagrado com duas armas e pequena quantidade de drogas, ele acabou sendo solto três dias depois, no mesmo dia em que foi morto. Charada ganhou a liberdade porque o irmão dele assumiu ser o dono das armas.

Nas favelas da região, o clima ainda era de muito medo na manhã desta segunda-feira. No primeiro dia útil após os confrontos, as ruas estavam com pouco movimento, apesar do policiamento reforçado pelo Batalhão de Choque.

Rapper está entre as vítimas

Um dos seis mortos no fim de semana, o rapper Diego Lunière, de 22 anos, baleado na manhã de domingo no Morro da Coroa, foi enterrado na segunda-feira no Cemitério São João Batista. Ronaldo Lunière, pai do jovem, mantém uma escolinha de futebol no Morro do Fallet (vizinho ao da Coroa) há 30 anos.

“A mensagem que fica com a morte do Diego é que não devo parar com a escolinha. Há muitos jovens como ele, com o sonho de ter um futuro, que precisam de ajuda. Meu filho era pura emoção. Ele me ajudava na escolinha, ensinando crianças a fazer grafite, a cantar. Ele vinha todas as sextas e sábados me visitar e cantar no baile funk. Estava com um projeto de um CD com o filho do Marcelo D2. A dor é grande, mas, por ele, vamos continuar”, garantiu Ronaldo.

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