A coordenadora do Programa de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Leila Paiva, declarou nesta sexta-feira (6) que os médicos cumpriram o que determina a lei quando optaram por interromper a gestação da menina de 9 anos que foi violentada pelo padrasto no interior de Pernambuco.
"Essa [a realização do aborto] inclusive é a orientação que nós damos quando alguém procura o Disque 100 nesta situação [estupro e risco de vida para a mãe]. Mas claro que nós não obrigamos ninguém a fazer isso, as pessoas vão decidir de acordo com convicções religiosas", afirmou.
Leila afirmou que a decisão da Igreja Católica de excomungar os médicos que optaram pelo aborto é uma questão de dogma. Entretanto, do ponto de vista legal, ela não vê sentido em excomungar alguém que tenha cumprindo a lei.
A coordenadora também ressaltou que a atitude dos médicos foi correta do ponto de vista da saúde já que havia a necessidade de proteger a criança.
A gravidez da menina foi interrompida na última quarta-feira (4), quando os médicos ministraram a ela medicamentos para interromper a gestação de gêmeos. O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, decidiu na quinta-feira (5) excomungar os médicos e a mãe da menina pela decisão. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ainda não se pronunciou sobre o assunto.
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