Os sindicatos avaliam que os professores estão perdendo representatividade salarial até mesmo dentro das instituições. Para ser secretária em uma universidade estadual, uma pessoa com formação de nível superior vai receber R$ 1,8 mil. Para dar aulas, pela mesma carga horária, o salário cai para R$ 960. Equivale dizer que um professor universitário graduado recebe atualmente menos de três salários mínimos (em valores brutos) para trabalhar 40 horas semanais, dando direito inclusive de requisitar vale-transporte. "O que antes era um direito de trabalhadores com baixo poder aquisitivo e sem formação universitária neste país, hoje se tornou uma realidade de muitos professores nas universidades paranaenses", lembra o presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG (Sinduepg), Sérgio Gadini.
Professora colaboradora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Kátia Bespalhok, recebe um salário líquido de R$ 435 por mês pelas 20 horas semanais que cumpre no departamento de Comunicação. Graduada em Jornalismo e em Ciências da Computação, a professora considera o valor humilhante . "Sou conhecida na UEL pelo meu salário e nos bancos pelas minhas dívidas", diz. A professora acaba de ser aprovada em um concurso da instituição para o cargo de técnico administrativo. "Eu amo dar aula na UEL, mas vale mais a pena o salário de técnico administrativo do que o de professor".



