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O secretário da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Turvo, na região Central do estado, foi preso na quinta-feira (2), por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarapuava. Mauro Ferreira de Abreu vai responder na justiça por peculato, lavagem de dinheiro e emprego ilegal de verbas públicas. A investigação começou depois de denúncias feitas por moradores da cidade, que perceberam um aumento patrimonial incompatível com a atividade exercida por Abreu.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) instaurou inquérito para apurar as denúncias e constatou que havia várias irregularidades na prestação de contas da Apae. Segundo o delegado do Gaeco Ítalo Biancardi Neto, Abreu falsificava holerites, desviando recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), que eram destinados ao pagamento de técnicos especializados. Os comprovantes falsos serviriam para justificar uma complementação no salário do próprio secretário.

Abreu também usava notas fiscais frias para justificar despesas pessoais com churrascarias, restaurantes e compras de roupas. De acordo com o delegado, até mesmo a conta do telefone residencial e a mensalidade da academia da esposa eram pagas com o dinheiro da Apae. O Gaeco também desconfiou das notas fiscais de combustível anexadas à prestação de contas da entidade. A Apae não possui veículo próprio e o transporte dos alunos é feito pela prefeitura municipal.

Na casa de Abreu foram encontradas mercadorias doadas pela Receita Federal à Apae de Turvo. De acordo com as denúncias, ele revendia os produtos e não repassava o dinheiro para a instituição. Há suspeitas de que recursos públicos, destinados a melhorias nas instalações da associação, foram aplicados na residência do secretário. De acordo com o delegado, o piso da casa de Abreu é idêntico ao que teria sido comprado para a reforma da instituição. Na prestação de contas, aparecem notas fiscais superfaturadas de material de construção e mão-de-obra de reformas que não aconteceram na associação, que funciona em condições precárias: sem forro e sem as instalações adequadas para as necessidades especiais dos alunos.

A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com a Apae de Turvo. Apenas os funcionários estavam no local. De acordo com a professora Janete Alcangela Oliveira Karpinski, eles vão continuar trabalhando para que a parte pedagógica não pare e esperam que o presidente da instituição tome as providências cabíveis.

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